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29 de março de 2024 | 4:45
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Política

Flávio Bolsonaro filia-se ao Patriota

Após deixar o Republica­nos na semana passada, o se­nador Flávio Bolsonaro (RJ) decidiu se filiar ao Patriota. A informação foi confirma­da nesta segunda-feira, 31 de maio, pelo presidente do partido, Adilson Barroso, que fundou a sigla e a comanda direto de Barrinha, na Re­gião Metropolitana de Ribei­rão Preto. Ele tenta também atrair o presidente Jair Bolso­naro para a legenda.

“Vamos receber o mais novo filiado, um dos mais no­vos filiados ao Patriota”, de­clarou o dirigente partidário durante evento da legenda. Por videoconferência, Flávio Bolsonaro esteve presente na reunião. “Uma grande honra para mim, Adilson, porque me sinto como fundador des­se partido também. Ainda quando a legenda se chamava PEN, o senhor me procurou e construímos a várias mãos o novo estatuto do partido que foi refundado com o nome Patriota”, diz o senador.

Ao posar com Adilson Barroso para anunciar sua migração ao partido, Flávio Bolsonaro expôs seus dados pessoais presentes na ficha de filiação, como o Cadastro de Pessoa Física (CPF) e núme­ro de celular. O parlamentar divulgou a fotografia em seu perfil no Twitter.

Na publicação, o filho mais velho do presidente da República destaca que parti­cipou diretamente na refun­dação da sigla, afirmando o objetivo de se tornar “o 1º partido de direita do Brasil”. Durante a cerimônia de fi­liação, o senador disse ain­da que há a possibilidade de transformar o Patriota em “um partido maior ainda que o PSL”, indicando uma pos­sível migração do presidente Jair Bolsonaro para a sigla.

A ação de filiar de Flávio Bolsonaro é considerada um indicativo de que o partido deve receber o presidente Jair Bolsonaro. Durante a reunião, o presidente do Patriota, Adil­son Barroso, não escondeu o desejo de receber o presiden­te da República. “Vamos ser grandes. Ele (Bolsonaro) vem hoje para o partido sem pedir uma bala. Aqui no Patriota ele confia em mim e não quer nada de nós”, disse Barroso.

Apesar da fala do dirigente partidário de que Bolsonaro não fez exigências, o coman­do da legenda pretende fazer intervenções e mudar diretó­rios estaduais do partido para abrigar o grupo político de Bolsonaro. Essa ação tem forte resistência do deputado fede­ral Fred Costa (Patriota-MG) e do vice-presidente da sigla, Ovasco Costa. “Sou contra o golpe rasgando o regimento”, declarou Fred á imprensa.

Desde que saiu do PSL, em 2019, Jair Bolsonaro já abriu diálogo com nove partidos, mas até agora nenhum deles aceitou lhe dar carta-branca. Além dis­so, o presidente não conseguiu tirar do papel o Aliança pelo Brasil, agremiação que que­ria fundar para disputar novo mandato, em 2022.

Antes da campanha de 2018, Bolsonaro chegou a ser apresentado como candidato à Presidência pelo Patriota, en­tão chamado de Partido Eco­lógico Nacional (PEN). Mas a única ligação entre o então deputado e a sigla foi uma fi­cha “pré-datada”, com a filiação marcada para o dia 10 de mar­ço de 2018, assinada por Bol­sonaro. À época, ele afirmou que “deve ter casamento, mas ainda é um noivado”.

Bolsonaro deixou o PSL em novembro de 2019 após desa­venças com o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). O principal motivo para a saída foi a briga por causa do controle do caixa da legen­da. Em 2018, o PSL se tornou uma superpotência partidária ao eleger o presidente da Re­pública, 54 deputados, quatro senadores e três governadores, na esteira do bolsonarismo.

Com isso, o partido deve ter neste ano a maior fatia dos recursos públicos destinados a partidos, de R$ 103,2 milhões. Para voltar à sigla, Bolsonaro cobrou um “alinhamento ideo­lógico” com pautas do governo e a expulsão de deputados que o atacam, como Júnior Bozzella (SP), Julian Lemos (PB), Joice Hasselmann (SP) e Delegado Waldir (GO). Até o momento, Luciano Bivar, não aceitou ne­nhuma destas condições.

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