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29 de março de 2024 | 12:50
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JF PIMENTA/ ESPECIAL PARA O TRIBUNA
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Francisco Junqueira – Aranhas invadem trecho de avenida

Quem passa pelo trecho da avenida Doutor Francisco Junqueira, en­tre as ruas Florêncio de Abreu e Lafaiete, na Vila Seixas, em Ribeirão Preto, se surpreende com o tamanho da teia de aranha que “enfeita” as árvores na região. O manto branco – flagrado pelo repórter fotográfico José Francisco Pimenta em 18 de junho – pode ser visto de longe.

Muita gente fica assustada com a presença dos aracnídeos, mas elas também tem sua função na cadeia alimentar: carnívoras, devoram insetos como o Aedes aegpyti – mosquito transmissor dos vírus da den­gue, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela (na área urbana).

Segundo moradores e pessoas que trabalham na região, as aranhas começaram a tecer a teia gigante há cerca de dois meses. Hoje, elas ocupam as copas das árvores que avançam sobre o córrego Retiro Saudoso, que corta a Francisco Junqueira de ponta a ponta. O “véu” já encobriu placas, o semáforo e até a estrutura de uma das pontes.

Com a luz do dia, é mais difícil visualizar a quantidade de aranhas que habitam a construção. Mas, à noite, por causa da luz dos carros que atrai insetos, elas saem em busca do alimento disponível na rede de fios. Elas são conhecidas como “aranhas sociais” porque vivem em colônias com até 50 mil indivíduos, mas não são perigosas, ape­sar de predadoras e carnívoras – dóceis, não tem veneno prejudicial aos humanos e a picada só faz mal para quem é alérgico.

O manto branco tecido pelas teias é formado pelos fios finíssimos pro­vavelmente produzidos pelas “aranhas sociais”, do gênero “Anelosimus eximius”, da família “Theridiidae”. O Brasil possui mais de quatro mil espécies de aranhas catalogadas. São poucas as que constroem teias comunitárias, vivem em colônias e demonstram algum comportamento social. Essas formam a teia e ficam juntas para caça e proteção.

A espécie não é comum da região e, segundo o biólogo Wagner Ferreira dos Santos, vieram de carona, na carroceria de algum caminhão. São muito comuns nas regiões Sul e Norte e na região amazônica. O curioso é que as viúvas-negras são desta espécie. Nas colônias, todos participam e tomam conta das crias e cooperam para capturar as presas que caem na teia, que pode medir de 7,6 metros de comprimento e 1,5 m de largura.

Atualmente são conhecidas cerca de 40 mil espécies de aranhas, que podem ser encontradas nos mais diversos ambientes do planeta, inclusive em regiões desérticas. São animais muito importantes para o funcionamento do ecossistema pois são predadoras que se ali­mentam de artrópodes e outros insetos, que em grande quantidade, podem se tornar pragas urbanas.

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