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29 de março de 2024 | 10:41
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Polícia

‘Gangue da marcha à ré’ ataca de novo

A chamada “gangue da mar­cha à ré” voltou a atacar na ma­drugada desta sexta-feira, 23 de agosto, na Zona Norte de Ribei­rão Preto. Um bar e uma lancho­nete foram invadidos pelo ban­do. Os bandidos fugiram com dinheiro e maços de cigarro e, até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso. Des­de junho já são dez ocorrências deste tipo na cidade. Uma das ações foi registrada em um bar no cruzamento das ruas Espírito Santo e Rio Maroni, no Ipiranga.

Dois homens arrombaram a porta e levaram o dinheiro que estava no caixa. A dona do esta­belecimento, que estava no local no momento do assalto, não contabilizou o valor do prejuízo. A comerciante afirmou que os criminosos fugiram assim que o alarme disparou. Ela não ficou ferida na ação. Ladrões também invadiram uma lanchonete na rua Romano Coró, no Parque Industrial Tanquinho, e fugi­ram levando dinheiro e maços de cigarro. Os estabelecimentos têm câmeras de segurança, mas os equipamentos não estavam funcionando.

Para o tenente coronel da reserva da Polícia Militar e con­sultor em segurança, Marco Au­rélio Gritti, os principais fatores para o aumento dos casos são a facilidade com que os ladrões conseguem arrombar as portas de aço, o fato deste tipo de ação ser muito rápida e que para re­alizarem os furtos os bandidos não precisam fazer nenhum tipo de investimento, já que os carros usados geralmente são produtos de furto. Ele também lista ainda a facilidade com que os crimi­nosos encontram receptadores para os objetos furtados.

Gritti destaca que uma me­dida preventiva eficiente é a colocação de obstáculos de con­creto ou ferro em frente às lojas o que, com certeza, inibe a ação dos marginais. “Contudo, para aumentar o grau de dificuldade imposto aos marginais, seria im­portante a instalação de sensores internos de presença, bem como o monitoramento por câmeras. O ideal seria que as imagens fos­sem monitoradas em tempo real pelo dono do estabelecimento para o rápido acionamento da Polícia Militar”, explica.

Um exemplo de locais onde, segundo ele, este tipo de crime não tem sido constatado com freqüência é a região central, provavelmente em razão da existência das câmeras do pro­grama “Olhos de Águia” da PM. Antes dos ataques desta sexta­-feira, os últimos crimes foram contra duas empresas na noite do dia 4 (domingo) e na madru­gada de 5 de agosto (segunda­-feira), em regiões diferentes de Ribeirão Preto. Os alvos foram uma loja de roupas no Boule­vard, na Zona Sul, e um galpão no Jardim Zara, na região Leste. Ninguém foi preso.

O assalto na boutique, lo­calizada na rua Altino Aran­tes, foi cometido por ladrões usando um Ford Fiesta preto. O veículo destruiu a porta de acesso do estabelecimento. Eles levaram algumas peças do ves­tuário e uma TV. A loja tem câ­meras de segurança instaladas e as imagens foram disponibi­lizadas para a investigação. Po­liciais militares acreditam que os suspeitos do furto são ex-de­tentos que saíram do sistema prisional há pouco tempo.

O outro ataque ocorreu em um galpão de laticínios, na rua José Elizeu, no Jardim Zara. A gangue usou um automóvel para invadir o local e levaram um jet-ski. Os prejuízos dos proprietários ainda não foram calculados. Na madrugada do dia 1º (quinta-feira), a gangue invadiu uma oficina de manu­tenção de bicicletas no Jardim Jandaia, na Zona Norte. A porta ficou destruída e foram levadas quatro bikes no furto, resultan­do em prejuízo de R$ 4 mil, de acordo com o proprietário.

Na madrugada de 31 de ju­lho, três lojas foram atacadas pela chamada “gangue da mar­cha à ré” em três regiões dife­rentes da cidade: uma que vende roupas no Jardim Paulista, na Zona Leste; uma de bicicletas e acessórios para ciclistas, no Alto da Boa Vista, na Zona Sul; e uma de aparelhos celulares, nos Campos Elíseos, na Zona Norte. Os criminosos arrombaram os estabelecimentos com veículos em marcha à ré.

A Polícia Militar informa que faz rondas constantes nas principais avenidas da cidade. A Polícia Civil investiga os casos e a possível ligação com as inva­sões realizadas na avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, na Zona Norte, uma no dia 22 de julho e a outra em 18 de junho, com as investidas criminosas das últi­mas semanas.

No ano passado, a “gangue da marcha à ré” executou pelo menos onze ataques, dez em cerca de 50 dias, entre o final de setembro e meados de novem­bro e a 11ª do ano. O mapa dos crimes aponta que os bandidos trocaram a Zona Sul pela Norte. Desde setembro, o prejuízo dos comerciantes com esse tipo de crime passa de R$ 400 mil. Dois suspeitos foram detidos.

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