24 C
Ribeirão Preto
19 de abril de 2024 | 23:21
Jornal Tribuna Ribeirão
Início » Hepatites – final
Artigos

Hepatites – final

Em matéria estampada aqui mesmo nesse espaço tivemos a oportunidade de tecer considerações a respeito das diversas formas de doenças que, se não forem diagnosticadas e instituídos os tratamentos específicos, podem trazer complica­ções algumas delas bem graves.

É o caso também das hepatites B e C que podem evoluir para a cirrose e até mesmo para o câncer de fígado.

Se a pessoa não tiver sintomas ou mesmo tendo, como saber se ela está com as hepatites B e C? A resposta a essa importante indagação é facilmente respondida assim: só se fizer uma consulta médica e realizar os exames solicitados pelo médico.

Esses exames podem ser do tipo “teste rápido”, que dão o resultado em até uma hora ou exames laboratoriais de rotina.

Os testes rápidos para os tipos B e C estão disponíveis nos serviços de saúde pública de todo o país.

Vejamos agora as medidas preventivas para as hepatites A, B e C: são as vacinas e elas existem e estão disponíveis gratuitamente na rede pública sendo que a vacina para a hepatite B protege também para a hepatite D (Delta).

Já para as hepatites C e E, ainda não há vacinas, mas há tratamento que é instituído pelo médico.
A prevenção da hepatite A é feita através da vacina contra o vírus A e ela está incluída no calendário vacinal do Ministério da Saúde e é aplicada a todas as crian­ças de 15 meses a 05 anos incompleto e também para pessoas de qualquer idade portadoras de doenças do fígado de qualquer origem inclusive de hepatites B e C.

Além dessas condições ela é indicada para portadores de outras doenças como portadores de HIV ou de quaisquer doenças do sistema imunológico, de candidatos a transplante de órgãos, doadores de órgãos cadastrados em programas de transplantes, ou de portadores de doenças de sangue.

A prevenção da hepatite C ainda não pode ser feita pela vacina, pois ela ainda não existe, mas pode ser feita evitando-se o contato com sangue contaminado, sexo sem proteção e compartilhamento com objetos cortantes notadamente com o uso coletivo de agulhas e seringas (no caso do uso de drogas injetáveis).

Aí vem uma pergunta fundamental: como uma pessoa pega hepatite? Aí vai depender do tipo de hepatite. Por exemplo no caso das hepatites A e E o contágio é através de água ou alimentos contaminados como é o caso de pessoas que vivem em condições precárias de saneamento básico e de higiene pessoal.

Já no caso das hepatites B, C e D a transmissão é por contato com o sangue através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear ou de obje­tos que furam a pele ou que cortam.

Pode haver a transmissão durante a gravidez e durante o parto, que é o que se chama transmissão vertical sendo que as hepatites A, B, C e D podem também ser transmitidas pela relação sexual desprotegida. A evolução da medicina, de uma maneira geral, trouxe importante melhoria no tratamento das doenças sendo que, no caso das hepatites em particular, o progresso foi notável.

Assim, como a hepatite A é uma doença aguda, o tratamento instituído funciona muito bem. E aqui vale a premissa de que quanto antes o diagnóstico seja estabelecido e o tratamento instituído melhor e mais fácil o tratamento e melhor o prognóstico.

Em geral ele consiste daquilo que chamamos de medidas de suporte, isto é, o tratamento dos sintomas bem como da dieta apropriada para cada caso e do conjunto de medidas de repouso adequadas. A evolução é favorável e inclusive a pessoa adquire imunidade e, no futuro, a pessoa não vai ter a doença novamente.

A hepatite B uma vez diagnosticada e instituído o tratamento, que é feito com substância específica antivírus da hepatite B, que é controlada e evita as complica­ções como a cirrose e o câncer.

Já a hepatite C, que até há algum tempo não se dispunha de uma substância específica para esse tipo de vírus, já existe e também controla e impede a evolução da doença também para a cirrose e o câncer de fígado.

Atualmente mesmo com portadores das hepatites B e C já com evolução para as complicações como a cirrose e para o câncer em estágio inicial, uma modali­dade de tratamento é o transplante de fígado, para os pacientes que satisfazem os pré-requisitos para tal procedimento.

Desse modo, a pessoa tomando essas precauções, ela não vai pegar hepatites e pode vir a ter uma vida saudável e é isso que eu, Dr. Adão, como médico e como pessoa, desejo para você: que você tenha uma vida longa e feliz.

Mais notícias