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28 de março de 2024 | 8:08
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Horário de verão pode ser extinto

Horário de verão - Foto Divulgação

A continuidade da aplicação do horário de verão será uma de­cisão da Presidência da República. Após a conclusão de estudos que mostram que a medida não pro­porciona economia, o Ministério de Minas e Energia (MME) de­cidiu encaminhar a questão para instâncias superiores. Prevendo polêmica, já que o assunto divide opiniões e tem amantes e detra­tores, o governo estuda fazer uma enquete nas redes sociais para de­liberar sobre o assunto.

O ministro da Casa Civil, Eli­seu Padilha, evitou dar um posi­cionamento prévio. O presidente Michel Temer é quem vai bater o martelo sobre a questão. Se vigo­rar neste ano, o horário de verão começa em 15 de outubro e ter­mina em 17 de fevereiro. Na úl­tima edição, a redução estimada na área de atuação da CPFL Pau­lista, nos 126 dias de duração da medida, foi de 0,40% – a econo­mia estimada em 2016/2017, de 48.286 megawatts/hora (MWh), é suficiente para abastecer uma cidade do porte de Ribeirão Pre­to, com cerca de 700 mil habitan­tes, por nove dias.

O MME já havia constatado que a mudança nos hábitos do consumidor e o avanço da tecno­logia tornaram inócua a economia de energia que o horário de verão proporcionava no passado. Auto­ridades do setor elétrico atribuí­ram sua manutenção a “questões culturais”. De acordo com esses es­tudos, não é mais a incidência de luz natural que influencia os há­bitos do consumidor, mas, sim, a temperatura. A popularização dos aparelhos de ar-condiciona­do é uma das principais razões dessa mudança.

Como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo são regis­trados atualmente nesse período. De acordo com dados do Opera­dor Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o horário de ponta ocorre entre 14 e 15 horas, e não mais en­tre 17 e 20 horas.

No passado, o horário de maior consumo de energia era re­gistrado entre 17 e 20 horas, quan­do os trabalhadores retornavam para casa e tomavam banho. Para dar mais folga e segurança ao sis­tema, adiantar os relógios em uma hora permitia, por exemplo, adiar o acionamento da iluminação pú­blica nas ruas. Isso deslocava parte da demanda e diminuía a concen­tração do uso de energia, reduzin­do custos do sistema elétrico.

Em 2016, de acordo com da­dos do MME, o horário de verão gerou uma economia de R$ 159,5 milhões ao sistema em todo o Bra­sil. O custo é considerado irrele­vante para o setor. A primeira vez que o País o adotou foi em 1931. Desde 1985, ele foi aplicado todos os anos. Nos países desenvolvidos, o horário de verão é mais extenso do que no Brasil. Na Europa, vigo­ra de março a outubro; nos Esta­dos Unidos, México e Canadá, de março a novembro; na Austrália, de outubro a abril; na Nova Zelân­dia, de setembro a abril.

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