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20 de abril de 2024 | 5:39
Jornal Tribuna Ribeirão
FOTO: DIVULGAÇÃO/NASA
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Hubble fotografa ‘nuvens celestiais’

Pode até parecer uma obra de arte, pintada com cuida­do, mas, na verdade, se trata de uma imagem do telescópio espacial Hubble, antecessor do James Webb. As agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA) divulgaram na sexta-feira, 12 de agosto, uma paisagem de “nuvens celestiais” em torno do objeto Herbig­-Haro HH 505, na Nebulosa de Órion, do observatório de mais de 30 anos.

Lançado em 1990, o Hubble superou todas as expectativas e segue “vivo”. Em três décadas, fez mais de 1,5 milhão de observa­ções e suas descobertas motiva­ram a publicação de 19 mil arti­gos científicos, conforme a Nasa. O observatório olhou para o pas­sado distante do nosso universo, para locais a mais de 13,4 bilhões de anos-luz da Terra.

A Nasa explica que objetos Herbig-Haro são regiões lumi­nosas ao redor de estrelas recém­-nascidas, que se formam quan­do ventos estelares ou jatos de gás são expelidos delas, criando on­das de choque que colidem com gás e poeira próximos em altas velocidades. “No caso de HH 505, esses fluxos se originam da estrela IX Ori, que fica nos ar­redores da Nebulosa de Órion, a cerca de um mil anos-luz da Terra”, informou.

A Nebulosa de Órion é um berçário estelar – uma região cheia de poeira e gás, onde mi­lhares de estrelas estão se for­mando. Por ser a mais próxima da Terra, tornou-se uma das áreas massivas de formação de estrelas mais examinadas. Em 2018, a Nasa publicou uma “viagem” pela nebulosa propi­ciada pelas lentes do Hubble.

O mês passado foi particu­larmente agitado para a agência americana. A Nasa divulgou as possíveis datas da missão Arte­mis I – que vai retornar à Lua –, além das primeiras imagens captadas pelo telescópio espa­cial James Webb. Também exi­biu fotos de Júpiter tiradas pelo mesmo observatório e ainda teve as capitais brasileiras como modelos fotográficos da esta­ção espacial internacional (ISS).

Betelgeuse
Na mesma semana, depois de analisar dados científicos do Hubble e de vários outros ob­servatórios, um grupo de astrô­nomos também revelou que a estrela supergigante vermelha Betelgeuse, uma das maiores estrelas já conhecidas, produziu uma gigantesca explosão cerca de 400 bilhões de vezes maior que emissões do tipo provocadas pela nossa estrela, o Sol.

Nesse processo, segundo revelou a Nasa em um comuni­cado, a estrela perdeu uma parte substancial de sua superfície, pro­duzindo uma gigantesca ejeção de massa várias vezes maior que o tamanho da nossa Lua. A agên­cia explica que isso é “algo nunca antes visto no comportamento de uma estrela normal” e que a super­gigante vermelha que fica a cerca de 530 anos-luz da Terra ainda está se recuperando lentamente dessa “reviravolta catastrófica”.

“Nunca vimos uma enorme ejeção de massa da superfície de uma estrela”, afirma Andrea Dupree, cientista do Centro de Astrofísica de Harvard & Smi­thsonian em Massachusetts, nos Estados Unidos. “É um fe­nômeno totalmente novo que podemos observar diretamente e resolver detalhes da superfí­cie com o Hubble. Estamos as­sistindo a evolução estelar em tempo real”, complementa.

Betelgeuse está entre as mais brilhantes estrelas que po­dem ser vistas no céu noturno. O astro é tão grande que, se ele substituísse o Sol no centro do nosso sistema solar, sua super­fície externa se estenderia além da órbita de Júpiter. De acordo com o comunicado da Nasa, a ejeção de material aconteceu em 2019, durou por alguns meses e foi facilmente perceptível mes­mo por observadores amadores.

À medida que se afastava a milhões de quilômetros da estre­la, o material ejetado formou a nuvem de poeira que bloqueava a luz da estrela aqui na Terra. Os cientistas agora esperam que o supertelescópio James Webb pos­sa ser capaz de detectar o material ejetado pela supergigante, que continua se afastando da estrela.

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