O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,69% em junho, após ter avançado 0,59% em maio, informou nesta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa está abaixo da registrada em junho do ano passado, de 0,83%.
Com o resultado, o indicador acumula aumento de 5,65% no ano e de 3,04% no trimestre. O IPCA-15 trimestral também é chamado de IPCA-E. A taxa em doze meses é de 12,04%, abaixo dos 12,20% acumulados na prévia de maio. Todos os nove grupos de despesas tiveram inflação.
Os destaques são Transportes (0,84%) e Saúde e cuidados pessoais (1,27%). Também se destacaram os grupos Habitação (0,66%), Vestuário (1,77%), Comunicação (0,36%), Alimentação e bebidas (0,25%), Educação (0,07%), Artigos de residência (0,94%) e Despesas pessoais (0,54%).
A alta de custos de Vestuário, grupo de maior variação em junho e impacto de 0,08 ponto percentual, teve como destaques os aumentos das roupas femininas (2,52%), masculinas (1,97%) e infantis (1,51%), além dos calçados e acessórios (1,19%). Os itens contribuíram juntos com 0,08 ponto percentual para o IPCA-15 do mês.
Planos de saúde
Um dos principais responsáveis pela inflação na prévia de junho foi o reajuste de 15,50% dos planos de saúde, autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio. Os gastos das famílias brasileiras com estes produtos passaram de um aumento de 2,19% em maio para uma elevação de 1,27% em junho, contribuindo com 0,16 ponto percentual para a taxa de 0,69% do IPCA-15.
Os produtos farmacêuticos também ficaram mais caros em junho, com alta de 1,38%, um impacto de 0,05 ponto porcentual no IPCA-15. Entre os transportes, os principais responsáveis pela alta de preços foram itens como óleo diesel (2,83%), passagens aéreas (11,36%) e seguro voluntário de veículos (4,30%). Ao mesmo tempo, houve quedas nos preços do etanol (-4,41%) e da gasolina (-0,27%).
Em Habitação, houve altas nos custos da água e esgoto (4,29%) e no gás encanado (2,04%). O grupo Alimentação e bebidas teve redução no ritmo de aumento de preços de maio para junho, ao passar de uma taxa de 1,52% na prévia de maio para 0,25% em junho.
O comportamento foi influenciado pelos alimentos para consumo no domicílio, que saíram de uma inflação de 1,71% no mês anterior para 0,08% na prévia de junho. O leite longa vida, que havia subido 7,99% na prévia anterior, registrou 3,45% em junho. Também foram observadas quedas de preços em produtos como cenoura (-27,52%) e tomate (-12,76%).
O “IPCA cheio” registrou taxa de 0,47% em maio deste ano, ante 1,06% em abril. O índice do mês passado é o mais baixo desde abril de 2021, quando fechou em 0,31%. Até maio, acumula 4,78% no ano. Em doze meses, a inflação represada é de 11,73%, abaixo dos 12,13% registrados em abril. O índice acumulado em doze meses segue, pelo nono mês consecutivo, acima de 10%.