18 de abril de 2024 | 22:29
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Malandragem legislativa!

Quando pensávamos que conseguimos renovar a Câmara dos Deputados, elegendo pessoas íntegras e voltadas ao desin­teressado serviço público em favor de um Brasil mais justo, somos surpreendidos por uma maioria preocupada com seu próprio “metro quadrado”, virando novamente as costas para seus eleitores, especialmente os mais necessitados.

A “malandragem legislativa” desta vez foi “tirar” o Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Mi­nistério da Justiça. Como se não bastasse, ficam proibidos auditores da Receita Federal denunciarem crimes financei­ros detectados em suas funções de auditorias, sem a devida aprovação do Ministério Público, para que somente a Polícia Federal se ocupe com isso.

Segundo o cada vez mais temido ministro Sérgio Moro, o Coaf e os auditores da Receita Federal foram grandes colabo­radores no desmantelamento de organizações criminosas e desvio de verbas públicas em volumes nunca antes vistos em nosso País, desde seu descobrimento até sua duvidosa inde­pendência, na Operação Lava Jato.

Mesmo que tanto os ministros do Supremo Tribunal Fe­deral quanto os deputados federais e senadores da República se digam a favor do combate à corrupção, deixam a nítida impressão de que se sentem ainda muito incomodados com o exitoso trabalho do ministro Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e tantos outros procuradores da República, principalmente os de Curitiba e do Rio de Janeiro.

Tentam, de inúmeras maneiras e com espírito de verdadeira malandragem legislativa, fugir ao olhar minucioso do Ministério da Justiça, porque não poucos deles “devem” algo à Justiça. Fica a pergunta que não quer calar: onde estava o Supremo Tribunal Eleitoral para inibir determinadas candidaturas de políticos fichas sujas? Mais uma vez a voz do povo é enrouquecida e depreciada? A Lei da Ficha Limpa contou com milhões de assinaturas de brasileiros cansados de políticos devassos.

Embora não admitam publicamente, fica evidente que há maciço interesse de enfraquecer o ministério atribuído ao tão respeitado pelo povo brasileiro, Sérgio Moro. Minis­tros do Supremo que não conseguem esconder a sua inveja, depreciando-o, deputados e senadores, temerosos de serem descobertos, buscam a qualquer custo dificultar-lhe a implan­tação de maior justiça e extirpar as organizações criminosas institucionalizadas e escondidas sob as cúpulas no coração do Congresso Nacional em Brasília.

Em ano eleitoral temos nome, endereço e somos abor­dados por candidatos de todas as camadas políticas. Depois de diplomados, ainda antes de tomarem posse, trocam os números de seus celulares, cercam-se de dezenas de assesso­res, que mais parecem “leões de chácara” e blindam-se para não precisar, por pelo menos quatro anos, olhar nos olhos de quem os elegeu. Mesmo sabendo que tais hábitos se repetem a cada quatro anos, ainda não estamos convencidos de que nossa cidadania é muito mais valiosa do que qualquer cargo público, mantido com nossos suados impostos.

E por falar em impostos, quão vergonhosos são os cardá­pios dos ministros do Supremo Tribunal Federal e dos con­gressistas. Com milhões de brasileiros passando fome todos os dias, mais de dois bilhões de famintos mundo afora, nossos servidores que não servem os Brasileiros, se utilizam de cardá­pios milionários em cada recepção que reúnem políticos onde não poucas vezes debocham dos “bobos da corte” que “ban­cam” seus luxos exuberantes. Pura malandragem legislativa!

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