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29 de março de 2024 | 6:01
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Ministério aponta queda no número de homicídios

Nos primeiros quatro me­ses de 2019, o Brasil registrou 3.528 homicídios dolosos a menos que no mesmo perío­do do ano passado. Segundo o Ministério da Justiça e Se­gurança Pública, nos primei­ros quatro meses deste ano, 13.142 pessoas foram mortas por alguém que agiu intencio­nalmente ou assumiu o risco consciente de matar. É um resultado 21,2% inferior aos 16.670 casos registrados entre janeiro e abril do ano passado.

A melhora também foi constatada em indicadores de outros nove tipos de cri­mes acompanhados pelo Sis­tema Nacional de Informa­ções de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilida­de de Armas e Munições, de Material Genético, de Digi­tais e de Drogas (Sinesp) – plataforma de informações integradas criada em 2012 e que está a cargo da Secre­taria Nacional de Segurança Pública (Senasp). A base de dados é alimentada pelos es­tados e pelo Distrito Federal, responsáveis por lançar os boletins de ocorrência.

Segundo o balanço parcial que o Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou nesta terça-feira, 13 de agosto, a maior variação percentual (-38,5%) foi observada na re­dução do número de roubos a instituições financeiras, que caiu de 325 para 200 ocorrên­cias na comparação entre o pri­meiro quadrimestre de 2018 e o de 2019. O total de latrocínios (roubo seguido de morte) teve redução de 23,8% em compa­ração com o mesmo período do ano anterior. Já as tentativas de homicídio caíram 8,6%, en­quanto o roubo de veículo teve queda de 27,5%.

Os dados do Sinesp tam­bém apontam para uma redu­ção de 13,6% nos estupros e uma queda de 5,3% no núme­ro de crimes de lesão corporal seguida de morte. Ainda se­gundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o furto de veículos diminui 11,1% e o roubo de carga 27,3%. Para o diretor-executivo da ong Sou da Paz, Ivan Contente Mar­ques, os resultados reforçam uma tendência que já vem sen­do observada há algum tempo.

“De fato, temos visto uma redução nos índices de cri­minalidade que vem do ano passado. Outros indicadores como o Atlas da Violência, do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública já aponta­vam esta tendência de queda nos principais indicadores de violência, mas sabemos que ainda há uma dificuldade enorme na obtenção de dados fidedignos”, disse Marques, destacando a importância do ministério assumir a atribui­ção de organizar as informa­ções fornecidas pelos gover­nos estaduais, sistematizá-las e divulgá-las.

“Temos visto com bastante esperança e alegria esta possi­bilidade do governo assumir o papel de, periodicamente, divulgar informações sobre segurança pública. Sabemos o quanto é problemático a cons­trução de indicadores por meio de boletins de ocorrên­cia. Daí a importância de que todas as unidades federativas estejam integradas ao Sinesp. Que todas as ocorrências poli­ciais registradas nas delegacias das 27 unidades da federação sejam sistematizadas. Isto sim será uma evolução”, acrescen­tou Marques.

O diretor da Sou da Paz atribui a redução dos núme­ros da violência a uma sé­rie de fatores, entre os quais ações adotadas em nível esta­dual. “Somamo-nos aos que atribuem estes recentes resul­tados a uma soma de fatores. A causa da criminalidade, principalmente do homicí­dio, é multifatorial. Ou seja, tem várias razões. Logo, en­frentá-la [exige] políticas de médio e longo prazo. E, nos últimos tempos, alguns esta­dos têm apostado com maior intensidade na execução de programas de governança e segurança pública, com inves­timentos diretos em suas polí­cias e em programas estaduais que começam a apresentar resultados efetivos. Há ainda um esforço de coordenação nacional e de maior coopera­ção interestadual”, concluiu o especialista.

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