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28 de março de 2024 | 21:00
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NILZA – Sede de laticínio vai a leilão de novo

Pela terceira vez, a fábrica da Indústria de Alimentos Nilza, em Ribeirão Preto, irá a leilão. Desta vez, o certame terá início às 15 horas de 19 de março e vai até o mesmo horário de 17 de abril, na internet. Nas duas pri­meiras tentativas de venda do imóvel de 250 mil metros qua­drados não houve lance.

Desta vez, segundo site da empresa Mega Leilões (www.me­galeiloes.com.br), a área foi des­membrada. Serão leiloados um terreno de 100 mil metros qua­drados e a unidade fabril, de 150 mil m². Os dois imóveis ficam na avenida Professora Diná Rizzi, no Parque Residencial Cândido Portinari, na Zona Leste.

O terreno está avaliado em cerca de R$ 9,66 milhões, com lance mínimo de R$ 4,83 mi­lhões. Já a fábrica vale R$ 40,59 milhões e proposta inicial de R$ 20,29 milhões, aproximada­mente. O leiloeiro informa que os valores serão atualizados até a data da alienação conforme tabela de atualização monetária do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP).

Diz, também, que “a descri­ção dos lotes é uma cópia fiel das informações fornecidas pelos cartórios, comitente ou outro órgão responsável. Os bens serão vendidos no estado em que se encontram.” A última tentativa de vender os imóveis da Nilza ocorreu entre abril e maio do ano passado. Na época, o lance inicial era de R$ 27,5 milhões.

O juiz Héber Mendes Ba­tista, da 4ª Vara Cível de Ri­beirão Preto, responsável pelo processo de falência da empre­sa, recusou, em novembro de 2014, proposta de R$ 34,6 mi­lhões pela planta da indústria de alimentos, sendo que R$ 13 milhões viriam de créditos da massa falida. À época, a uni­dade foi avaliada em R$ 69,12 milhões.

Com a falência decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) em outubro de 2012, a Nilza fechou um acor­do para pagar R$ 12,1 milhões a ex-funcionários. O acordo previa que os ex-empregados recebessem parte do valor total de R$ 14,5 milhões em débitos trabalhistas consolidados. A as­sembleia foi realizada em 17 de maio, em Ribeirão Preto.

Os ex-funcionários acei­taram receber os valores refe­rentes as dívidas trabalhistas de maneira antecipada, mas com um desconto de 20%, de acordo com informações da adminis­tração judicial do laticínio, que fez a proposta. A dívida total é estimada em R$ 650 milhões entre credores, fornecedores e 1,2 mil trabalhadores.

O deságio foi proposto como contrapartida para a antecipa­ção do acerto trabalhista, condi­cionada à garantia de patrimô­nio compatível com as dívidas. A proposta tramita na 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto. O paga­mento das dívidas trabalhistas, bem como dos demais débitos, deveria ser feito pela venda do patrimônio da empresa, que já negociou parte de seus bens.

A marca Nilza foi vendida por R$ 7 milhões, assim como a unidade de Campo Belo (MG) foi repassada à Novamix Industrial e Comercial de Ali­mento, da marca Quatá, por R$ 9 milhões. A empresa tam­bém obteve R$ 2 milhões na comercialização de um terre­no em Alfenas (MG), mais R$ 1,8 milhão na comercialização de equipamentos industriais e outros R$ 450 mil na venda de veículos.

Avaliado na faixa dos R$ 185 milhões, o restante do pa­trimônio da empresa, que in­clui a matriz da empresa em Ri­beirão Preto, além de unidades em Itamonte (MG) e Quartel Geral (MG), foi desmembrado em 2015 e levado a pregão ele­trônico ao menos duas vezes, mas não obteve propostas.

Dívidas de R$ 650 milhões – As dívidas trabalhistas conso­lidadas, na faixa dos R$ 15 mi­lhões, são apenas parte dos cerca de R$ 650 milhões em débitos acumulados pela indústria de alimentos. A empresa deve cer­ca de R$ 30 milhões em créditos extraconcursais, R$ 20 milhões em pedidos de restituição, R$ 300 milhões com credores com garantia real, R$ 150 milhões ao Fisco e mais R$ 150 milhões a credores quirografários, ou seja, sem garantia.

Em janeiro de 2011, o juiz Heber Mendes Batista, da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto, decretou a falência da empre­sa após constatar uma série de fraudes no processo de recupe­ração judicial e na negociação de venda da companhia para a empresa Airex, que aparecia em seus registros com sede em Manaus (AM), o que também chegou a ser investigado.

Cinco meses mais tarde, a decisão de falência foi revo­gada e 40 funcionários foram recontratados para trabalhar na Nilza. Foram feitos testes no laticínio, mas a produção comercial não chegou a acon­tecer. Em outubro de 2012, o TJ/SP decretou a segunda fa­lência, que dura até hoje.

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