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20 de abril de 2024 | 9:59
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O futuro ficou no passado

A situação que o Brasil vive atualmente é fruto de um trabalho ardiloso feito na obscuridade dos caminhos tortuosos que regem a política brasileira, desde o País acreditou que poderia ser uma po­tência abaixo da linha do equador, e desagradou o Império do Norte. E como sempre tivemos uma elite rastejante, acostumada a lamber as botas do país poderoso da vez, ecomessa gente sem vergonha na cara, não foi difícil para o Império impor os seus interesses, na defesa do seu capital que não tem fronteira.

O Império do Norte, herdeiro dos impérios europeus, impôs sua política no hemisfério sul, principalmente no Brasil, onde uma parcela significativa da população endeusa o modo de vida que o Império propagandeia como sendo o melhor país do mundo para se viver. Tentar se livrar dos tentáculos, e percorrer novos caminhos, precisaria de muita luta e perspicácia, coisa que não estamos acostu­mados, e novamente perdemos de goleada.

Imiscuir-se em outros países para promover a discórdia é o principal capital de trabalho do Império, e por aqui este trabalho é facilitado pela síndrome de lambe-botas que a nossa elite nutre no seu âmago por quem tem mais poder. O pequeno desvio da rota estabelecida, com o Brasil ousando sonhar em ser a potência do sul desagradou o Tio Sam, que tratou de agir colocando de novo sob sua tutela e dependência a ovelha desgarrada, e para tanto se aliaram aos retrógados que vivem como cupins trabalhando nos dutos longe da luz solar, e quando mostram a cara já está tudo dominado.

O Império não podia fazer como na época da guerra fria, quan­do impuseram ao continente sul-americano ditaduras sangrentas, com o argumento de combater o comunismo, agora teriam que usar a sutileza, e um plano de médio prazo foi criado com a anuência dos lambe-botas de plantão. Saber de cátedra que a propaganda é a alma do negócio é a sua expertise, pois aprendeu com o Nazismo e o Fascismo de como fazer uma propaganda para atingir as massas com eficiência, e a melhor ferramenta neste quesito é o ódio.

Ajudou a criar e sistematizar uma força tarefa com poderes absolutos, que inauguraram uma nova fase no combate a corrup­ção, onde os testemunhos e as delações premiadas não precisavam ser comprovados, e os procuradores eram orientados pelo juiz, que julgava, não em cima de provas, mas de acordo com suas convicções passando por cima da Constituição e do Código Penal, operação que foi desmascarada pelo o The Intercept Brasil.

O povo que vivia em condições aviltantes nos grandes centros desalentados e pressionados pela vida miserável, morando em case­bres insalubres, saindo de madrugada se espremendo no transporte coletivo, que era de péssima qualidade, e torcendo para não chegar atrasados no serviço, e levar a bronca do patrão. Por um pequeno período aquela gente sofrida achava que o futuro propalado havia chegado, pois o padrão de vida de quem estava abaixo da linha da pobreza havia melhorado, passaram a ter carro, e poder viajar em suas férias lotando as estradas com seus carros populares, e frequen­tando aeroportos, se misturando com “gente de bem”, mas foi uma chuva de verão.

O problema sistêmico da corrupção tinha que ser combatido com rigor, mas não podia em nome de uma suposta legalidade, cometer ilegalidades, e quebrar as maiores empresas brasileiras, que geravam milhões de empregos. No entanto deixar a terra arrasada era o acordo que o Tio Sam impusera, e nesta esteira os cupins alia­dos ao crime organizado chegaram ao poder através do voto. Só se espera ingratidão de quem você ajudou, e essa máxima se materiali­zou nas eleições de 2018, apoiada na carga de ódio fincada no funda­mentalismo religioso.

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