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19 de abril de 2024 | 21:02
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O governador e a mãe PM que matou o ladrão em Suzano

Nesta semana alguns veículos de imprensa criticaram a iniciativa do governador Márcio França de homenagear a PM Kátia da Silva pelo fato de, no último domingo, ela, em período de folga, ter reagido, a tiros, a uma tentativa de roubo na porta de uma escola, onde aconteceria uma homenagem às mães, pelo seu dia. A reação da policial resultou na morte do bandido. Alegaram os críticos que a ação do governador foi na contramão da política da PM de reduzir a letalidade da ação policial.

Não escrevo aqui para enaltecer o alto índice de letalidade, mas para ressaltar a coragem de Márcio França de se desviar da cartilha do politicamente correto para fazer uma homenagem justa a uma policial que, embora, em período de folga, honrou a corporação da qual faz parte, agindo com coragem, técnica e destreza no intuito de se defender e defender outras mães e crianças que foram abordadas pelo ladrão, de arma em punho. A conduta da PM se encaixa como uma luva em uma das excludentes de ilicitude prevista nos artigos 23, inciso II, e 25, do Código Penal: valendo-se dos meios necessários, a policial repeliu uma injusta agressão, atual, a direito dela e de terceiros, sem haver se excedido no uso dos referidos meios.

Longe de mim a intenção de me alinhar à bancada da bala ou de estimular reações a assaltos, que, todos sabem, devem ser evitadas, mas quero ratificar a homenagem que o governador, corajosamente, fez à PM, porque não há o que se criticar no comportamento de uma agente policial bem treinada, que avaliando bem as circunstâncias, agiu com uma técnica elogiável, evitando uma grave lesão ao patrimônio e, provavelmente, à vida daquelas pessoas que aguardavam o início de uma solenidade – mães e crianças.

A letalidade da ação policial há de ser condenada, quando produto de excesso por parte do miliciano. Execuções e excessos na legítima defesa ou no estrito cumprimento do dever legal são intoleráveis num Estado de Direito e devem ser punidos exemplarmente, mas nada disso se aplica à conduta da PM Kátia da Silva, e o governador Márcio França não se curvou à turma do politicamente correto e agiu como um Estadista. O que caracteriza o bom homem público é a honradez, o estrito cumprimento da lei, a competência e a coragem. Se conduzir de modo a agradar, por agradar, o movimento “a” ou o movimento “b” não é missão do governante.

A onda do politicamente correto vem causando estragos no contexto social e tangencia uma hipocrisia bastante óbvia. Que o diga, por exemplo, a área cultural. Muitos dos defensores ferrenhos dessas receitas do bem viver em sociedade, antes de subir no palanque ou assumir uma sala de aula para pregar o politicamente correto, saíram de casa maltratando a empregada doméstica ou o porteiro do prédio, e chegaram aos locais respectivos dirigindo com o telefone celular no ouvido e passando em sinais vermelhos.

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