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18 de abril de 2024 | 5:54
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O Ipiranga às margens

A avenida leva o nome de quem tem seu grande ato sau­dado em nosso Hino Nacional. Dom Pedro I é reverenciado por ter gritado, às margens do rio Ipiranga, a frase “Indepen­dência ou Morte”. Em Ribeirão Preto, os comerciantes da avenida Dom Pedro se preocupam hoje com a sobrevivência de seu negócio. Reclamam, com razão, que o bairro Ipiranga foi colocado às margens pela Prefeitura de Ribeirão Preto, que definiu, sem nenhuma consulta pública, implantar corredores de ônibus na avenida.

O governo também definiu por corredores na Avenida Saudade. Ou seja, os dois principais corredores comerciais da zona Norte de Ribeirão Preto terão uma mudança muito grande, perdendo centenas de vagas de estacionamento, por exemplo. Será que isso será benéfico?

Muitos podem alegar que muitos comerciantes já têm estacionamento vertical para os clientes. Mas você sabia que até isso muda com os corredores? Os comerciantes da Dom Pedro só poderão usar 30% da frente do terreno para vagas. Isso também terá um impacto gigantesco. O governo diz que a situação é simples, já que vagas de estacionamento rotativo serão criadas nas ruas e avenidas perpendiculares e adjacen­tes. Ou seja, muitos terão que pagar para estacionar em ruas que, atualmente, não existe essa cobrança.

Cabe lembrar que, em momento algum, se coloca em dis­cussão a importância das obras. Ribeirão Preto precisa avan­çar no sistema de transporte público. Corredores já deveriam estar funcionando há anos, mas tudo feito com planejamento, com realizações de audiências públicas e ouvindo quem mais importa: os moradores das regiões afetadas. Do jeito que está sendo feito, parece mais um ato visando benefícios em uma futura eleição. Tudo feito às pressas, para dar tempo de mos­trar no próximo ano.

Os comerciantes também bradam forte contra a situação. Querem que todos ouçam o “grito do Ipiranga”. Por isso, quem está instalado na Dom Pedro fez um abaixo-assinado com mais de 2 mil adesões. O documento foi entregue à Câ­mara e explicações já foram pedidas ao governo.
A Prefeitura abriu mão de conversar com os comer­ciantes. O que se espera agora é que ela ouça os gritos de quem luta de, forma intensa, pela manutenção de seu so­nho. Que o governo acorde, levante do “berço espl^wndi­do” que parece estar deitado eternamente. Nosso Ipiranga, não pode ficar às margens.

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