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20 de abril de 2024 | 8:58
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RALPH ORLOWS/REUTERS
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OMS espera um milhão de casos e 50 mil mortes

O diretor-geral da Organiza­ção Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com o rápido avanço global do corona­vírus. Em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, o líder da en­tidade afirmou que, nos próxi­mos dias, o número de casos da doença deve chegar à marca de um milhão, com 50 mil mortes.

“Nas últimas cinco semanas, vimos um crescimento qua­se exponencial no volume de novos casos, alcançando qua­se todos os países, territórios e áreas”, destacou. Ele salientou que, por ser a primeira pande­mia de coronavírus da história, o comportamento da covid-19 ainda é desconhecido. “Estamos trabalhando duro com pesqui­sadores em todo o mundo para gerar evidências sobre quais me­dicamentos são mais efetivos no tratamento da doença”, disse.

A boa notícia é que um gru­po de cientistas chineses isolou vários anticorpos que considera “extremamente eficientes” para impedir a capacidade do novo coronavírus de entrar nas célu­las, o que pode ser útil tanto para tratar quanto para prevenir a co­vid-19. Atualmente, não existe tratamento comprovadamente eficaz para a doença, que surgiu na China e está se proliferando pelo mundo na forma de uma pandemia.

Zhang Linqi, da Univer­sidade Tsinghua, de Pequim, disse que um remédio feito com anticorpos como os que sua equipe descobriu poderia ser usado de forma mais eficaz do que as abordagens atuais, incluindo o que ele chamou de tratamentos “limítrofes”, como o plasma. O plasma contém anticorpos, mas é limitado pelo tipo de sangue.

No início de janeiro, a equi­pe de Zhang e um grupo do 3º Hospital Popular de Shenzhen começaram a analisar anti­corpos do sangue colhido de pacientes recuperados da co­vid-19, isolando 206 anticorpos monoclonais que mostraram o que ele descreveu como uma capacidade “forte” de se ligar às proteínas do vírus. Depois eles realizaram outro teste para ver se conseguiam de fato impedir que o vírus entrasse nas células, disse ele em entrevista à Reuters.

Entre os cerca de 20 anticor­pos testados, quatro consegui­ram bloquear a entrada viral, e desses dois foram “imensa­mente bons” para fazê-lo, disse Zhang. Agora a equipe se de­dica a identificar os anticorpos mais poderosos e possivelmente combiná-los para mitigar o ris­co de o novo coronavírus sofrer uma mutação. Se tudo der certo, desenvolvedores interessados poderiam produzi-los em massa para testes, primeiro em animais e futuramente em humanos.

Os anticorpos não são uma vacina, mas existe a possibili­dade de aplicá-los em pessoas do grupo de risco, com o obje­tivo de impedir que contraiam a covid-19. Normalmente não transcorrem menos de dois anos para um remédio sequer obter aprovação para uso em pacien­tes, mas a pandemia de covid-19 acelera os processos, disse ele, e etapas que antes seriam realiza­das sequencialmente agora estão sendo feitas em paralelo.

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