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19 de abril de 2024 | 17:20
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“Pânico é para amadores”

Há algum tempo, jornal paulistano estampou artigo com o título acima, durante uma das muitas crises pelas quais o Brasil passou. Foi-se o nome do articulista, mas ficou a frase que é bas­tante oportuna para o momento que vivemos, provocado pelas incertezas decorrentes da pandemia do covid-19 e agravado pela crise do petróleo gerada por dois grandes países produtores. Em momentos assim, precisamos de calma, pois o pânico não ajuda nada, com ele só temos a perder.

É bem verdade que a pandemia causada por um vírus até en­tão desconhecido assusta a todos. Ela causa uma gripe leve, mas que pode evoluir para situações graves. Suas principais caracterís­ticas são a rapidez de sua propagação e a baixa taxa de mortalida­de. Entretanto, a primeira característica, pelo potencial de atingir enormes quantidades de pessoas rapidamente, pode conduzir a uma sobrecarga nos serviços de saúde. Por isso, é preciso calma para enfrentar o problema.

Quando nos deparamos com um perigo desconhecido, nossa primeira escolha é fugir, evitá-lo. Quando não temos esta opção, é preciso serenidade para enfrentá-lo, senão entramos em pânico. O pânico é a pior das atitudes. Perdemos a opor­tunidade de raciocinar sobre o problema, nos confundimos e diminuímos nossas chances de defesa, o que nos leva infeliz­mente a atitudes descoordenadas e prejudiciais. O pânico indi­vidual pode gerar o efeito manada, contagiando várias pessoas, que sem saber direito o que estão fazendo, deixam-se levar por atitudes impensadas. É o estouro da boiada, difícil de controlar e que pode levar o rebanho para o precipício.

Como agir, então? Sabemos que há um forte perigo a frente. Será tão perigoso assim? Se analisarmos as taxas de mortalidade do covid-19 veremos que ela é inferior a outras epidemias que enfrentamos. A morte diária de pessoas por outras doenças é superior a do covid-19.

Sabemos também que com providên­cias simples e constantes poderemos evitar a contaminação, como lavar as mãos, não cumprimentar, evitar beijinhos sociais, não tocar em superfícies, evitar levar as mãos aos olhos e boca, manter distância das pessoas e evitar aglomerações. Estas e outras providências constam da ampla informação do Governo.

Se com estas precauções ainda formos contagiados, procure evitar o pânico, correr para o hospital ou para o consultório médico: se você estiver realmente contaminado, pode disseminar a doença para os outros, se não estiver infectado pode apanhá-la. Permanecer em casa com sintomas leves é o remédio para a gripe causada pelo covid-19. Porém, se sentir falta de ar ou dificuldade para respirar, é preciso atendimento médico imediato, o que deve ser feito com calma. Quando estamos doentes, nosso psicológico nos ajuda a sarar ou a piorar. Os vírus não tem remédio, somente atenuantes e serão eliminados pela reação de nossos anticorpos.

O importante no momento é ter vida normal, com os cui­dados acima. Paralisação de aulas, proibição de aglomerações são atitudes do governo muito bem-vindas. Mas, não vamos extrapolar estas atitudes para nossa fábricas, comércios e serviços, senão quando e se absolutamente necessário. A economia precisa funcionar para nos fornecer alimentos, remédios e transportes, sem os quais o país entra em caos prejudicial a todos nós.

Nós, humanos, vimos desenvolvendo por séculos maneiras de defesa contra os microorganismos, providências de saúde pública e remédios para as complicações causadas pelas gripes. Se tivermos serenidade, medirmos o tamanho real da ameaça e agir­mos em conjunto poderemos vencer mais esta ameaça de nossos eternos adversários, os vírus.

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