19 C
Ribeirão Preto
19 de abril de 2024 | 1:57
Jornal Tribuna Ribeirão
Foto: Divulgação/EBC
Início » Para analistas, ações da Petrobras têm potencial com venda de ativos
Economia

Para analistas, ações da Petrobras têm potencial com venda de ativos

Por Renato Carvalho

Os analistas do mercado financeiro acreditam que, apesar de já estar no radar dos investidores há alguns meses, o processo de desinvestimentos da Petrobras ainda não foi totalmente precificado nas ações. Para eles, as ações da estatal ainda têm potencial de valorização no curto prazo, à medida que as negociações para venda de ativos forem avançando.

Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, a precificação da venda de ativos, principalmente de refinarias, se dará a partir do momento em que maiores detalhes forem divulgados. “A estratégia anunciada por Roberto Castello Branco é quebrar o monopólio no refino e da mesma forma reduzir sua participação na distribuição. Ele citou um valor de US$ 15 bilhões, mas entendo que este valor depende de vários fatores, e inclusive falta entender como se dará a venda”.

Atualmente, a Mirae trabalha com um preço-alvo de R$ 32,30 para a ação PN da Petrobras, o que representa um potencial de valorização de 21% em relação ao fechamento de ontem.

Alexandre Faturi, analista da Nova Futura Investimentos, chama atenção para o fato de que o plano de desinvestimentos tem sido acompanhado há meses pelo mercado. “Na nossa concepção, o plano de desinvestimento foi precificado, mas não totalmente. O papel ainda sofrerá oscilações relevantes na medida que as negociações forem se concretizando”.

A intenção de vender refinarias e participação na BR Distribuidora representa um esforço adicional da Petrobras em seu plano de venda de ativos, segundo Ricardo Peretti, estrategista de Pessoa Física da Santander Corretora.

“Assim, enxergamos que o anúncio ainda não foi completamente precificado pelos investidores e mantemos nossa visão positiva sobre a Petrobras, cujo preço-alvo de R$ 36,00 oferece um potencial de alta de 20% em relação à cotação atual (calculado com base nas ações ordinárias). Vale mencionar, contudo, que a venda destes ativos, principalmente as refinarias, encontrará resistência de alguns setores da sociedade, o que tende a tornar o processo mais incerto”, diz Peretti.

Por estarmos no começo de maio, todas as corretoras promoveram mudanças ou trocaram toda a sua carteira de recomendação. É o caso do BB Investimentos, que recomenda Embraer ON, Sabesp ON, RD ON, Locamerica ON e Totvs ON. O Bradesco BBI trocou três ações, com a inclusão de Banco do Brasil ON, B3 ON e Gerdau PN. Energisa Unit e Tenda ON completam a carteira.

A carteira da Mirae será composta por B3 ON, GPA PN, Petrobras PN, Gerdau PN e Vale ON. A Modalmais recomenda Suzano ON, BB Seguridade ON, Embraer ON, Minerva ON e Ambev ON. A da Nova Futura é composta por Gerdau PN, Light ON, Qualicorp ON, RD ON e Via Varejo ON.

A Planner manteve Magazine Luiza ON, acompanhada de Lojas Americanas PN, Marcopolo PN, Usiminas PNA e RD ON. A Socopa retirou BRF ON e Usiminas PNA, e colocou Kroton ON e CCR ON.

A Coinvalores retirou Natura ON e incluiu GPA PN. A Guide Investimentos tirou Bradesco PN e inseriu BB ON. O Santander tirou BB ON de sua carteira, e em seu lugar entrou Bradesco PN. Na Terra Investimentos, saiu BR Distribuidora ON e entrou Ultrapar ON. Finalmente, a XP Investimentos retirou de sua carteira AES Tietê Unit, e incluiu Gerdau PN.

Termômetro

A percepção do mercado sobre o desempenho do Ibovespa na próxima semana continua majoritariamente positiva no Termômetro Broadcast Bolsa. A pesquisa tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do índice na semana seguinte.

Entre 31 participantes, 54,84% acreditam em alta; 29,03%, em estabilidade; e 16,13%, em baixa. Os números se assemelham aos do levantamento anterior, quando a perspectiva para esta semana era de alta para 57,58%; de estabilidade para 27,27%; e de queda para 15,15%. O principal índice da B3 fechou a semana com perda de 0,24%.

Na próxima semana, a comissão especial da Câmara abre as discussões sobre a reforma da Previdência a partir do dia 7 para que o relatório seja apresentado no começo de junho.

Na agenda nacional, o destaque é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (8). É consenso que a taxa Selic será mantida em 6,50% e a grande expectativa do mercado é pelo comunicado, que poderá trazer pistas sobre movimentos futuros na taxa básica, em especial diante do aumento do pessimismo sobre o ritmo da atividade e das pressões inflacionárias de curto prazo.

Depois do Copom, na quinta-feira será publicada a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) referente a março, e, na sexta, o IPCA de abril. “O IPCA de abril deve ter subido 0,60%, pressionado pelos preços de combustíveis e alguma devolução da alta do grupo alimentação”, afirma o Bradesco.

No exterior, o calendário de indicadores é carregado na China, com dados do comércio exterior e de inflação. Nos Estados Unidos, serão conhecidos índices de preços, ao produtor e ao consumidor.

A temporada de balanços do primeiro trimestre continua, com resultados de empresas de peso na carteira do Ibovespa, com destaque para Vale, Petrobras, Ambev, Banco do Brasil e B3, entre outras.

Mais notícias