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28 de março de 2024 | 13:12
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PESQUISA: Famílias passaram a valorizar mais os professores

Os esforços dos professo­res da rede pública do Brasil em promover uma educação de qualidade durante as au­las remotas melhoraram a percepção das famílias dos estudantes quanto à profissão docente. De acordo com pes­quisa encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), 89% dos responsáveis reconhecem que os docentes têm um tra­balho mais desafiador do que acreditavam antes da pande­mia de covid-19. O levanta­mento foi realizado pelo Ins­tituto Data Folha.

O levantamento mostra que as famílias passaram a valorizar mais a profis­são, tanto que 89% também acreditam que, para dar au­las, é preciso mais preparo do que imaginavam antes da pandemia.

“Quando as escolas fo­ram fechadas como medida sanitária para conter a disse­minação do coronavírus, os professores tiveram um enor­me desafio para se adapta­rem às aulas remotas. Alguns não tinham familiaridade com a tecnologia ou sequer possuíam equipamentos ou conexão adequada. Mes­mo assim, se reinventaram e trouxeram iniciativas de extrema importância para a continuidade do aprendiza­do das suas turmas”, explica a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann.

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Mesmo durante as aulas remotas, 67% dos responsá­veis sentiam que os professo­res estavam sendo mais res­peitados pelos alunos do que antes da pandemia. São eles também a principal ponte entre escola e família. O estu­do mostra que 73% das famí­lias afirmam que o principal apoio no retorno às aulas pre­senciais vem do contato com os docentes, que estão dispo­níveis para sanar as dúvidas.

Esta percepção ocorre em todas as regiões do país, com poucas variações: Sul (80%), Centro-Oeste (75%), Nor­deste (73%), Sudeste (70%) e Norte (69%). Esta proximida­de com os professores ocorre principalmente nos Anos Ini­ciais do Ensino Fundamental (82%), e cai nos Anos Finais (69%) e Ensino Médio (62%).

Para 35% das famílias, ter professores disponíveis para sanar as dúvidas é a iniciativa mais importante entre as ofe­recidas pela escola, ficando à frente de ações como reu­niões com a equipe escolar (19%), orientações gerais da escola sobre como apoiar os estudantes na volta das ati­vidades presenciais (12%), informações sobre o apren­dizado ou dificuldades dos estudantes (9%), orientações sobre os conteúdos que serão repassados ou revistos (8%), ou grupos de pais ou respon­sáveis para trocar ideias e ex­periências (5%).

A pesquisa também ques­tionou os responsáveis so­bre o que mais ajudaria na evolução do processo de al­fabetização na volta às aulas presenciais. 74% acreditam que a presença do professor nas aulas é o fator decisivo. Apenas 14% consideraram prioridade o acesso aos ma­teriais didáticos e 8% consi­derou a companhia de ou­tras crianças.

Educação formaliza projeto com a Universidade de São Paulo
A Secretaria Municipal da Educação formalizou o convênio Avalia Ribeirão com o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo, campus São Carlos. O projeto busca criar um siste­ma de avaliações nos moldes dos parâmetros internacionais de avaliações educacionais de larga escala, modernizando a metodologia de testes.

“O Avalia Ribeirão pretende con­tribuir na implementação de uma política pública na educação mu­nicipal, uma vez que a avaliação do desempenho escolar dos es­tudantes do Ensino Fundamental é essencial para que a Secretaria Municipal de Educação programe e planeje ações educacionais”, explica o secretário da Educação, Felipe Elias Miguel.

Saeb
O Instituto Nacional de Estu­dos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), ligado ao Ministério da Educação, iniciou nas escolas municipais do ensino fundamental de Ribeirão Preto o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

A aplicação do Saeb 2021 vai até o dia 10 de dezembro e avaliará de forma censitária os alunos das escolas públicas de 5º e 9º ano do ensino fundamental e o 2º ano será avaliado em formato amostral, nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. Além disso, haverá aplicação amostral de testes de ciências para os alunos do 9º ano.

O Sistema de Avaliação da Edu­cação Básica é um conjunto de avaliações em larga escala que permite realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de aspectos da qualidade educacional.

Levantamento mostrou que estudantes negros foram mais impactados
Para entender as desigualda­des de raça ou cor no acesso à educação durante a pandemia, Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desen­volvimento (BID) encomendaram à Plano CDE uma análise a partir dos dados das edições da pes­quisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, realizada com pais e responsáveis por crianças e adolescentes da rede pública.

Os números mostram que, nos dois recortes de renda analisa­dos (até dois salários-mínimos e mais de dois salários-mínimos), os estudantes negros foram os mais impactados negativamen­te. Essa avaliação se refere a acesso a atividades remotas, conectividade, medo de desistir dos estudos e reabertura de escolas.

Logo no início do período em que as escolas ficaram fe­chadas, o acesso a atividades remotas se mostrou desigual: em maio de 2020, 79% dos es­tudantes brancos já tinham esse tipo de conteúdo, contra 70% dos alunos negros. A proporção é ainda pior quando considera­mos a classe social: 84% para estudantes brancos com renda de mais de dois salários-mí­nimos e apenas 68% para os negros em famílias que recebem até dois salários-mínimos.

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