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28 de março de 2024 | 19:50
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Polícia Civil pede exumação de bebê

Bebê Isabela

A Polícia Civil pediu ao Ins­tituto Médico Legal (IML) nesta segunda-feira, 19 de fevereiro, a exumação do corpo da meni­na Isabella da Costa Domicia­no, de um ano, que morreu no início de fevereiro no Hospital Maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto. O procedi­mento pode ser realizado nesta terça-feira (20). Os pais acredi­tam que a filha foi vítima de erro médico, já que não foi feita a necropsia, mesmo com o exame autorizado pela família.

Responsável pela investiga­ção, a delegada Silvia Ruivo Va­lério Mendonça, do 2º Distrito de Polícia, nos Campos Elíseos, espera que a exumação aponte elementos que identifiquem a causa da morte da criança. No entanto, ela lembra que já passa­ram 15 dias desde o óbito e que os exames podem ser inconclu­sivos. Apesar de ressaltar que o procedimento deveria ter sido feito no dia da morte, em 6 de fevereiro, a delegada espera en­contrar pistas para identificar o que aconteceu com a criança.

Segundo os pais, o atestado de óbito consta que Isabella foi vítima de choque séptico. A mãe Silvana Costa Domiciano diz que o dra­ma de Isabella começou no início de fevereiro, quando ela foi levada com febre ao hospital. A médica que a atendeu solicitou um hemo­grama e um exame de raio-X, que apontou a suspeita de pneumonia.

A profissional receitou amo­xicilina após a mãe afirmar que não tinha conhecimento sobre o fato de a filha ter alergia a qual­quer tipo de medicamento. A menina foi liberada, mas em vez de melhorar, começou a vomitar em casa. Os pais levaram Isabella de volta ao hospital Sinhá Jun­queira, onde ela passou por novo raio-X. Segundo a mãe, a meni­na recebeu alta após receber me­dicamento para cortar o vômito, mas a situação voltou a piorar no dia seguinte.

De acordo com Silvana, ao retornar pela terceira vez ao hos­pital, Isabella foi atendida por ou­tra médica que demonstrou pre­ocupação. Os pais perceberam a barriga da menina inchada e rí­gida, e a especialista receitou um antigases. Como não respondeu ao soro, Isabella foi levada pela equipe médica à Unidade de Te­rapia Intensiva (UTI), onde foi entubada e submetida a exame de sangue. Segundo a mãe, os médicos também descartaram a hipótese de meningite, mas o estado de saúde do bebê piorou e ela não resistiu.

Isabella foi enterrada no dia 7 de fevereiro, um dia após a morte. Segundo os pais, o corpo deveria ter passado por necropsia, mas o exame não foi feito a pedido do hospital. Silvana acredita que o medicamento receitado no pri­meiro atendimento desencadeou o quadro que levou a filha à mor­te. Para a mãe, a menina recebeu o medicamento errado.

Ela diz que alguma compo­sição do medicamento agravou a situação. “Ela entrou com febre e saiu morta. Eu não acredito que estou vivendo isso. A inves­tigação está acontecendo justa­mente por isso”, disse à EPTV. Em nota, o hospital informou ter seguido o protocolo padrão de atendimento, mas não divul­gou a causa da morte, alegando questão de sigilo. Acrescentou, no entanto, que essa informação está à disposição da família no prontuário médico.

A direção comunicou ainda que enviou o corpo ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), mas que a necropsia não foi feita por orientação do próprio servi­ço, em razão da causa da morte estar fundamentada na docu­mentação médica enviada pelo hospital. O SVO, por sua vez, confirmou dispensar a necrop­sia em casos em que a causa da morte é esclarecida por docu­mento assinado por médico, e que só realiza o exame caso haja um pedido por parte da família, que procurou a unidade após a liberação do corpo.

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