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29 de março de 2024 | 8:07
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Primeira dose da vacina é de Malu

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universida­de de São Paulo (HCFMRP/ USP) começou a vacinar os profissionais de saúde da ins­tituição que atuam na linha de frente de combate ao corona­vírus na manhã desta terça­-feira, 19 de janeiro. A ceri­mônia aconteceu na Unidade Campus, na Cidade Universi­tária, Zona Oeste, e marcou o início da imunização contra a covid-19 na cidade.

HÉLIDA MAGALHÃES/AMIGOS DA FOTOGRAFIA

A primeira a receber a Co­ronVac na cidade foi a técnica de enfermagem Maria Luci dos Santos, de 44 anos. Co­nhecida como Malu pelos co­legas de trabalho, atua no HC há três anos. Ela tomou a dose às 9h20. Na pandemia, deci­diu alugar um apartamento em Ribeirão Preto para pro­teger sua família, que mora a uma distância de 60 quilôme­tros, em Pitangueiras.

Casada e com três filhos, retorna ao lar somente nos dias de folga. “Assim, não levo o vírus para casa. Encarei isso porque tenho certeza que pos­so ajudar. Não largo isso por nada”, afirma Maria Lucia, que poderá estar mais segura para voltar a Pitangueiras.

O governador João Doria (PSDB), que já havia acompa­nhado a vacinação no HC da capital, no domingo (17), no HC da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no HC da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, na segunda-feira (18), tam­bém esteve em Ribeirão Preto na manhã de ontem.

“Nesse momento, estamos vacinando todos profissio­nais de saúde, os médicos, enfermeiros auxiliares e tam­bém todos que trabalham na linha de frente em unidades médicas, as pessoas do aten­dimento, recepção, limpeza, manutenção e segurança. Sem elas, um hospital não funciona. Todos eles estão na linha de frente, ajudando a salvar vidas em São Paulo e no Brasil”, afirmou Doria.

O prefeito Duarte No­gueira (PSDB), que acaba de se recuperar da covid-19, também participou da ce­rimônia. “Estamos prontos para iniciar a vacinação con­tra a covid-19. Já servimos como exemplo de sucesso na estratégia da campanha vaci­nação contra febre amarela, em 2017, e contra a H1N1, em 2020, e novamente sere­mos referência em imuniza­ção. Iremos vencer o corona­vírus”, disse o tucano.

O Instituto Butantan, que desenvolve a CoronaVac em parceria com a chinesa Sino­vac Life Science, enviou 6.520 doses para o HC, que poderá imunizar 3.260 médicos, en­fermeiros, auxiliares e técni­cos de enfermagem, 10,2% do total de 32 mil trabalhadores do setor em Ribeirão Preto. Estes profissionais receberão duas doses em um intervalo de 21 dias. O Hospital das Clínicas tem 5.972 profissio­nais, e a prioridade é para quem atua diretamente com os pacientes de covid-19.

Outras três pessoas foram vacinadas na cerimônia de on­tem de manhã: as enfermeiras Juliana Badia e Flabia Trovó e a fisioterapeuta Vivian Siansi.

Ainda pela manhã, mais 16 profissionais da saúde receberam a dose. A imuni­zação continuou durante a tarde e atingiu mais de 400 pessoas. As doses na Unidade Campus foram aplicadas por uma equipe composta por cinco mulheres, todas traba­lhadoras do HC.

Ao longo da semana, a ex­pectativa é de pouco mais de três mil profissionais de saúde do HC sejam vacinados, tanto os da Unidade Campus quanto os da Unidade de Emergência, no Centro. Os municípios tam­bém deverão imunizar a popu­lação com apoio de equipes da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS), segun­do as estratégias adequadas ao cenário local.

Cada hospital será respon­sável pelo preenchimento dos sistemas de informação ofi­ciais definidos pela Secretaria da Saúde para monitoramen­to da campanha. A divisão das grades considerou o quantita­tivo proporcional de vacinas esperado para São Paulo con­forme o Programa Nacional de Imunização (PNI), do Mi­nistério da Saúde.

As seis unidades hospita­lares paulistas receberam 60 mil doses nesta primeira eta­pa. Foram selecionadas para a fase inicial porque são hos­pitais-escola regionais, com maior fluxo de pacientes em suas áreas de atuação. O Bu­tantan já pediu à Agência Na­cional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro emergen­cial para um segundo lote de 4,8 milhões de novas doses da CoronaVac.

Segundo o diretor do Insti­tuto Butantan, Dimas Covas, o pedido de autorização do uso emergencial do segundo lote abrangerá um número ainda maior de doses, podendo che­gar a 35 milhões. Novas remes­sas de insumos para envase deverão chegar nas próximas semanas, aguardando apenas aval do governo da China.

Das 8,7 milhões de doses previstas em contrato para en­trega até 31 de janeiro, seis mi­lhões já foram encaminhadas. As demais devem seguir até o final deste mês. A programa­ção prevê que até abril o Bu­tantan entregue ao Ministério da Saúde 46 milhões de doses da vacina. O governo de São Paulo lançou o site www.va­cinaja.sp.gov.br para agilizar a campanha de vacinação contra a covid-19 no estado. Nele, to­das as pessoas aptas a receber a vacina do Butantan podem fazer um pré-cadastro.

A Secretaria de Comuni­cação do Estado de São Paulo lançou nesta terça-feira, 19 de janeiro, o “Vacinômetro”, fer­ramenta digital nos mesmo moldes do Impostômetro e que permite a qualquer pessoa acompanhar em tempo real o número de vacinados em território paulista. Está dis­ponível no portal do governo de São Paulo (https://www.saopaulo.sp.gov.br/) e até às 20 horas de ontem indicava 8.401 vacinados no estado.

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