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29 de março de 2024 | 9:17
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Ciência e Tecnologia

Privacidade na web: Google e Apple implementam soluções para anúncios

Você já reparo como a internet está mudando com o passar dos anos? Inclusive, incluindo quanto pagamos pelo conteúdo que queremos consumir, pelos anúncios e marcas que vemos por todo lado. Isso porque as duas grandes empresas de tecnologia do mundo, Apple e Google estão implementando proteções de privacidade que impedem os profissionais de marketing de obter acesso aos dados ao mostrar anúncios.

Ou seja, as mudanças têm repercussões para a publicidade online, que é a base de negócios para os aplicativos e sites, como Facebook e TikTok. Sendo que por décadas, os anunciantes confiaram em “cookies” (código plantados para nos rastrear online e mostrar anúncios relevantes) e quando os smartphones surgiram, usaram rastreadores dentro de aplicativos móveis para seguir as pessoas em suas navegações.

Foi então que as publicidades se tornaram mais eficazes e também permitiu que usuários mal-intencionados roubassem os dados das pessoas e divulgassem informações incorretas. Portanto, a preocupação com a privacidade online deu início a uma discussão em todo o setor.

Em 2017, a Apple lançou uma versão de seu navegador Safari que impedia que as empresas de marketing acompanhasse as pessoas. No mesmo ano, a Apple lançou App Tracking Transparency, que é uma janela pop-up em aplicativos para iPhone que possibilitam as pessoas a opção de não serem rastreadas.

No ano de 2019, o Google anunciou o Privacy Sandbox, que é um conjunto de ideias para o desenvolvimento de uma web mais privada. Sendo assim, a empresa planejaa que seu navegador Chrome bloqueie cookies de rastreamento em 2023.

A lista de interesse permite que o Facebook direcione anúncios mais compatíveis com o perfil do usuário

O sistema pode ser denominado Aprendizagem Federada de Coortes (FLOC) e envolve agrupar pessoas com base em seus interesses. Dessa maneira, se você visitar sites relacionados a tênis e cães, será colocado em um grupo de pessoas com os mesmos interesses.

Funciona da seguinte maneira: assim que um site é carregado, ele examina o navegador em busca de um código de identificação para saber qual grupo a pessoa pertence. Isso se mostra menos invasivo do que os métodos de rastreamento que temos, pois os anunciantes não teriam acesso ao histórico de navegação pessoal.

Devido ao grande alcance dos produtos da Apple e do Google, ainda mais porque o navegador Chrome do Google é o nº 1 do mundo e o iPhone da Apple é o telefone mais vendido, os anunciantes não possuem muita escolha a não ser se adaptar.

Então, eles agora descobrir novas maneiras de vender produtos e mostrar anúncios, usando menos os dados das pessoas. Se for no curto prazo, os anúncios digitais terão uma aparência bem diferente. No longo prazo, a internet que usa produtos da Apple pode parecer diferente dos produtos do Google.

Quando se trata da Apple, ao abrir um aplicativo de previsão do tempo gratuito para iPhone, ele poderia ter usado a tecnologia de rastreamento para saber o que estava sendo feito em outros aplicativos e sites. Dessa maneira, o aplicativo apresentaria um anúncio de algo específico, como um restaurante em que você pediu comida.

Agora, como esse rastreamento pode ser bloqueado, o aplicativo de previsão do tempo deverá contar com outros dados para veicular um anúncio, a hora do dia, por exemplo. O resultado é que os anúncios podem ser menos relevantes e mais aleatórios.

Já no Google, quando você usa o navegador Chrome para clicar em um produto, a chance é grande que veja um anúncio desse produto em todo lugar que acessar. No futuro, um site não conseguiria teria o conhecimento de que você teve esse movimento de intenção de consumo, mas saberia que estava em um grupo que manifestou interesse por aquele produto. A ideia é que com isso, você possa ver anúncios de outros produtos semelhantes.

As novidades da Apple e do Google podem levar os editores da web a escolher um lado, disse Brendan Eich, fundador da Brave, que é um navegador privado. Portanto, caso os editores estiverem mais felizes com a solução de anúncios, eles podem projetar seus sites para funcionar no navegador de uma empresa e não na de outra, por exemplo.

Fonte: The New York Times

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