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29 de março de 2024 | 7:00
Jornal Tribuna Ribeirão
Educação no contexto de ensino remoto - Divulgação
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Educação

Problemas enfrentados pela educação em um contexto de ensino remoto

Nos últimos dois anos, praticamente, até um pouco mais, muito se discute sobre a adoção de um plano de ensino remoto e também sobre a qualidade e efetividade do modelo a ser adotado.

Isso ocorre, majoritariamente, por dois motivos muito claros:

  1. O avanço da tecnologia no setor educacional
  2. A pandemia de coronavírus e o isolamento social

Primeiramente, o avanço tecnológico no setor da educação é motivo de debates que já existem há anos sobre temas como: a adoção do ensino híbrido, a realização do ENEM em uma versão inteiramente digital e vários outros.

Logo, mesmo antes do avanço e surgimento da pandemia, já era discutido por autoridades e pesquisadores do campo da educação os prós e contras que seriam enfrentados na possível adoção de um modelo de ensino remoto, ou híbrido.

Ainda, dentro deste debate, um grupo de pesquisadores aponta a adoção do ensino remoto ou híbrido como um retrocesso no campo educacional. Enquanto outro grupo defende ferrenhamente a adoção deste modelo.

Mas quais os impactos do ensino remoto na hora das provas? O desempenho do aluno é prejudicado devido ao modelo EAD? Como estudar listas de exemplos de conectivos para redação e outras disciplinas tão práticas, como a biologia também?

Além disso, quais são os argumentos de cada uma destas vertentes? Quais são os problemas enfrentados pela educação neste contexto de ensino a distância?

Falta de estrutura, equipamentos e outras dificuldades técnicas

Primeiramente, ao falarmos de prós e contras da adoção do ensino remoto, é necessário que avaliemos as condições que as escolas possuem de migrar para este modelo e também o preparo do corpo docente para a execução de aulas através de ferramentas digitais.

De acordo com publicação realizada na revista Agência Brasil, 83% das quase 4.000 escolas avaliadas possuem falta de acesso a equipamentos como:

  1. Computadores
  2. Notebooks
  3. Tablets
  4. Smartphones

Ainda de acordo com a pesquisa, este obstáculo foi mais presente ainda na realidade de escolas públicas (municipais e estaduais) que se encontram na zona rural.

Em um alto contraste, escolas particulares da zona urbana apresentaram menos problemas com este empecilho, tendo uma disponibilidade maior das ferramentas citadas acima.

Logo, através deste dado, é possível observar que a educação remota expõe o abismo social e econômico brasileiro, uma vez mais.

Além disso, na mesma reportagem, foi possível observar que as regiões que mais sofreram com a falta de equipamentos foram:

  1. Norte (90%)
  2. Sudeste (80%)

Ou seja, além do claro contraste entre a zona rural, a zona urbana e também o caráter público ou privado das escolas, é possível constatar que a região também influencia demais neste quadro.

De modo que, a região sudeste, como a mais urbanizada e abastada de todo o país, sofre menos com estes problemas do que a região Norte ou a Nordeste.

Portanto, é claro que: para ocorrer uma migração para o sistema de ensino remoto, é necessário que ocorram mais investimentos na área da educação, sobretudo em regiões carentes e afastadas dos centros urbanos.

Como conclusão deste raciocínio, os autores constatam que a pandemia, evidenciou ainda mais os contrastes econômicos existentes entre classes mais abastadas e classes mais desfavorecidas da sociedade.

O impacto da pandemia na alfabetização de crianças

Segundo outro levantamento realizado pela Agência Brasil, atualmente existem cerca de 11 milhões de analfabetos em todo o Brasil, sendo eles maiores de 15 anos e que possuem dificuldades para ler até as mensagens mais simples.

Ainda, dentro deste quadro, estudos realizados por diversos órgãos, como a Fundação Lemann, o Itaú Social e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostram que o processo de alfabetização de diversas crianças se encontra estagnado.

Até junho deste ano, mais da metade das crianças em processos de alfabetização na rede pública se mantiveram no mesmo nível de alfabetização, não demonstrando nenhum avanço, de acordo com pesquisa realizada pelos órgãos citados.

Sendo assim, o processo de aprendizado e alfabetização de 51% das crianças matriculadas na rede pública de ensino se encontra parado, no momento.

Como reverter este quadro?

De acordo com especialistas em educação e outras autoridades, é necessário que haja investimento e o desenvolvimento de políticas públicas que garantam a acessibilidade e condição de acesso à Internet e aulas remotas para famílias desfavorecidas.

Há alguns elementos presentes nas aulas presenciais que são importantíssimos para a alfabetização de crianças, como movimentos labiais e outras atividades didáticas, que, segundo pesquisadores, acabam se perdendo em um quadro de ensino remoto.

Logo, com a retomada gradual das aulas, os processos de alfabetização também tendem a ser restabelecidos gradualmente.

Contudo, o investimento e a participação pública na educação de crianças carentes é essencial para o aprendizado e crescimento de jovens.

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