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28 de março de 2024 | 18:24
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Economia

Produção de petróleo recua ao nível de 2016

Foto: Divulgação/Petrobras
Por Fernanda Nunes

A produção de petróleo da Petrobrás retrocedeu ao patamar de dois anos atrás. Em julho, foram extraídos 2 milhões de barris por dia (bpd), último dado divulgado pela empresa. O volume é o mesmo dos primeiros meses de 2016, ano em que, em dezembro, a extração chegou a atingir o pico de 2,3 milhões de bpd. Na prática, é como se duas plataformas tivessem sido retiradas do sistema de produção da companhia desde então.

O desempenho da Petrobrás vinha em trajetória ascendente até janeiro de 2017, quando começou a cair. Ao longo dos últimos 19 meses, em apenas quatro – maio, junho e setembro do ano passado e abril deste ano – a empresa registrou crescimento em comparação com o mês imediatamente anterior.

Grande parte dessa perda aconteceu na Bacia de Campos, onde campos gigantes entraram em fase de declínio. Como a queda dessas áreas ainda supera os ganhos da empresa nos reservatórios do pré-sal, o saldo operacional tem sido negativo.

Na Bacia de Campos, o encolhimento foi de 363 mil bpd, comparando dezembro de 2016, nos melhores momentos da petroleira, com julho deste ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A queda equivale a quase 20% da atual produção da estatal, “um declínio maior do que o esperado”, segundo o consultor e ex-diretor geral da agência reguladora David Zylbersztjan.

Prejuízos

Edmar Almeida, professor do Grupo de Economia da Energia (GEE), da UFRJ, diz que esse não é o melhor cenário para a Petrobrás, mas que não chega a provocar prejuízos financeiros porque a queda de volume tem sido compensada pela alta da cotação do petróleo no mercado internacional.

Além do declínio dos campos maduros da Bacia de Campos, outros fatores contribuíram para a piora do desempenho do segmento de exploração e produção da Petrobrás nos últimos meses. Zylbersztajn fala em transformações estruturais, relacionadas à estratégia recente, como a venda de participações em campos produtores. É o caso de Roncador, repassado em parte à norueguesa Equinor; e Lapa, à Total. “As vendas se concentraram nos ativos em produção, e isso tem efeitos no resultado operacional”, destacou.

A meta de produção do ano de todo o conjunto de campos, de 2,1 mil bpd em média, está mantida e, segundo a empresa, deverá ser alcançada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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