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29 de março de 2024 | 5:05
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RIO BRANCO – Reinaugurada a herma do barão

As obras de restauração da herma do Barão do Rio Branco, instalada em frente à prefeitura de Ribeirão Preto, foram concluídas e o monumento foi apresentado na manhã desta sexta-feira, 13 de abril, em meio á manifestação de servidores. Participaram da so­lenidade o prefeito Duarte No­gueira Júnior (PSDB), o restau­rador responsável pelo trabalho, mestre prateiro Carlos Alberto Roseiro, a secretária de Cultura, Isabella Pessotti, o de Turismo, Edmilson Domingues, e o em­presário Maurílio Biagi.

Nogueira enfatizou a impor­tância em preservar as memórias históricas que a cidade possui. “Em 105 anos, a herma nunca havia sido restaurada, ficou sob as intempéries, talvez por falta da percepção das pessoas”, diz. Antes do restauro, a herma de bronze polido encontrava-se sem a pátina. Devido à ação do tempo e atos de vandalismo, seu estado de conservação estava prejudicado. A obra de restaura­ção retirou a oxidação da peça e refez 80% da guirlanda apresen­tada na base do monumento. Fi­nalizado o trabalho de restauro, a herma do Barão do Rio Branco voltou a ser um bronze polido, exatamente como era em 1913.

A herma é uma homenagem a José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), conhecido como Barão do Rio Branco, o mais antigo monumento instalado em uma praça de Ribeirão Preto. O busto sem braços fica na praça ho­mônima, em frente ao Palácio Rio Branco, sede da prefeitura de Ri­beirão Preto, e foi restaurada por um parceiro da iniciativa privada. Inaugurada com grande festa em 28 de setembro de 1913, é de au­toria de José Fernandes Caldas, e foi fabricada pela oficina do Lyceu de Artes Officios, de São Paulo.

Foi inaugurada antes da cons­trução do Palácio Rio Branco, que só abriu as portas em 26 de maio de1917. O serviço de limpeza e a restauração da herma do Barão do Rio Branco foram parar na Justiça. O promotor do Patrimônio Pú­blico, Ramon Lopes Neto, entrou com uma ação civil. Nas manifes­tações de junho de 2013, o monu­mento foi alvo de vandalismo e pi­chações com tinta rosa – referência direta à então prefeita Dárcy Vera (sem partido).

Há quatro anos, a prefeitura cotou o valor da restauração com duas empresas. O orçamento mais caro foi de R$ 9,6 mil. O valor nun­ca foi liberado. Confeccionada em bronze, tem um metro de altura e um de largura, todo feito em bronze. Fica em cima de um pe­destal em granito de 2,80 metros. Na frente do monumento, está escrito “Ubique Patriae Memor”, que significa “A lembrança da Pá­tria em toda parte”. Há uma placa indicando “estadista José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco”.

A história da herma começou em 15 de maio de 1912, quando a Câmara aprovou a lei que man­dava erigir um monumento José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. A pedra fundamental foi lançada em 24 de setembro de 1913. A inauguração da herma contou com a presença de João Alves de Meira Júnior, pre­sidente da Câmara, autoridades ju­diciárias e policiais, escolas de en­sino primário e secundário, entre outros, em grande evento cívico. O Barão do Rio Branco é conside­rado o patrono da diplomacia bra­sileira, área em que atuou a partir de 1876. Foi ministro das Relações Exteriores entre 1902 e 1912.

Uma “cápsula do tempo”, com jornais, documentos e moedas da década de 1910, época áurea do café em Ribeirão Preto, pode estar enterrada há mais de um século embaixo da herma do Barão do Rio Branco, segundo o historia­dor Rubem Cione. O memo­rialista informa que quatro dias antes da inauguração, em 24 de setembro de 1913, há 105 anos, “no ato de colocação da pedra fundamental foi depositada uma caixa na base do monumento com jornais da época, auto lavra­do e assinado pelo então prefei­to doutor Macedo Bittencourt e demais autoridades, bem como moedas correntes do país”.

A prefeitura estuda o caso e investiga se a cápsula do tempo encontra-se no local. O “Guia de Monumentos em Lugares Públi­cos de Ribeirão Preto”, produzi­do em 2008, catalogou 128 her­mas, bustos, placas, esculturas e outras peças. Também registra a existência de outros 20 monu­mentos não catalogados.

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