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19 de abril de 2024 | 16:42
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RP avança em Índice de Sustentabilidade Urbana

Ribeirão Preto obteve me­lhor desempenho no Índice de Sustentabilidade Urbana (Islu) 2019 em comparação ao levan­tamento de 2018, alcançando a nota 0,696 de uma escala que vai de zero (baixo desenvolvimen­to) a 1 (alto desenvolvimento), conforme estudo realizado pela PwC Brasil e pelo Sindi­cato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb). Com isso, o município encontra-se na faixa considerada média (entre 0,600 e 0,699).

Com uma população esti­mada em aproximadamente 700 mil pessoas, Ribeirão Preto tem 100% da cobertura de co­leta de lixo e, apesar de não ter uma arrecadação específica para o serviço (taxa de lixo), faz uma destinação correta dos resíduos, além de reciclar 0,23% do volu­me coletado. No ano passado, registrou um índice de 0,681, su­perior à pontuação apurada em 2017, quando recebeu 0,669, e equivalente ao ISLU de 2016.

Levantamento feito junto à Coordenadoria de Limpeza Urbana (CLU) do município, responsável pelo gerenciamen­to deste serviço, revela que cada um dos 694.534 moradores de Ribeirão Preto produz, em me­dia, todos os dias, 800 gramas de lixo. Diariamente são reco­lhidos na cidade 543.240 qui­los de resíduos, o que totaliza por mês 16.297.200 quilos. Em Ribeirão Preto o lixo orgâni­co é levado para uma área de transbordo na Rodovia Mário Donegá e depois para o aterro Sanitário em Guatapará.

Esse levantamento mede a aderência dos municípios à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – consideran­do critérios como engajamento, recuperação de recursos coleta­dos, sustentabilidade financeira e impacto ambiental. Segundo especialistas da PwC Brasil e do Selurb, exatamente nove anos após a promulgação da Políti­ca Nacional de Resíduos Sóli­dos, que fixou metas e prazos para os municípios brasileiros providenciarem a destinação correta do lixo produzido dia­riamente, o Brasil se encontra estagnado em relação ao esta­belecido pela legislação federal.

Conforme o Islu, em compa­ração com o ano passado, houve mudanças pouco significativas na porcentagem média da co­bertura da coleta de lixo, que ain­da é de 76%; pequena variação no número de municípios que destinam o lixo irregularmente, 51%, e apenas 3,9% dos resíduos são reciclados, ante 3,6% verifi­cado na edição de 2018. Neste ano, foram considerados 3.317 municípios, distribuídos por to­dos os estados e Distrito Federal. O Islu analisa os dados oficiais mais recentes disponibilizados pelos próprios municípios no Sistema Nacional de Informa­ções sobre Saneamento (SNIS).

Esta é a quarta edição do estudo, que mostrou que 340 municípios ainda possuem de­sempenho muito baixo (abaixo de 0,499), 828 aparecem no nível considerado baixo (entre 0,500 e 0,599), 1.692 já possuem nível médio no índice (entre 0,600 e 0,699), 453 aparecem no nível alto (entre 0,700 e 0,799) e ape­nas 4 no nível muito alto (aci­ma de 0,800). Apesar da me­lhora das cidades maiores, que elevaram sua média de 0,651 para 0,666 nos últimos quatro anos, os municípios com me­nos de 50 mil habitantes vêm piorando seu desempenho.

De 0,618 em 2015, o índi­ce das cidades menores recuou para 0,612 em 2019. Isso porque as localidades com mais po­pulação possuem maior escala econômica, permitindo viabili­dade financeira para custear os serviços. Já as pequenas cidades, com orçamento menor, preci­sam unir-se e buscar soluções regionalizadas para garantir a viabilidade logística da atividade e, dessa forma, reduzir os custos.

Para Mauricio Moraes, sócio da PwC Brasil, qualquer país que queira um crescimento susten­tável deve aderir cada vez mais às políticas de processamento de lixo para que isso não se torne um problema de saúde pública. “Exatamente por isso, a parceria da PwC Brasil e do Selurb é tão importante.” De acordo com o Selurb, os dados analisados são sempre de dois anos atrás por­que as prefeituras inserem essas informações nas plataformas ao final de cada ano e são referentes ao ano anterior.

Ou seja, os dados do Islu 2019 são de 2017. “Se há queda no índice, pode ser coincidente com a crise econômica do Bra­sil, que impacta os municípios e piora o serviço de lixo das cidades. Se há melhora, é em função da prefeitura esforçar­-se para se adequar às metas do PNRS, eliminando, por exem­plo, os lixões e destinando os resíduos para aterros”, diz.

“Muitas cidades também melhoraram o índice porque instituíram alguma fonte de custeio para as atividades de Limpeza Urbana, a chamada arrecadação específica. A fon­te de custeio, seja por taxa ou tarifa, integral ou parcial, era uma das exigências da política PNRS”, explica Moraes.

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