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20 de abril de 2024 | 8:50
Jornal Tribuna Ribeirão
MARCELO CAMARGO/AG.BR.
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RP paga R$ 8,32 mi a mais de energia

A população da Região Ad­ministrativa de Ribeirão Preto (RARP), que envolve a cidade­-sede e mais 24 municípios, pa­gou, de janeiro a setembro des­te ano, R$ 16,77 milhões a mais na conta de energia elétrica por conta das bandeiras tarifárias diferenciadas, segundo levan­tamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em 2018, o valor che­gou a R$ 57,68 milhões.

Somente na metrópole Ri­beirão Preto, onde a CPFL Pau­lista tem 309.817 consumidores – são mais 4,2 milhões de clien­tes espalhados em outras 233 ci­dades do estado de São Paulo –, a bandeira amarela e a vermelha geraram uma arrecadação de R$ 8,32 milhões no mesmo período de nove meses. No ano passado, os ribeirão-pretanos desembol­saram R$ 28,60 milhões.

No Brasil, também entre janeiro e setembro, a taxa ex­tra gerou R$ 2,05 bilhões. No ano passado foram R$ 6,88 bi­lhões. Entre 2015 – quando o sistema de bandeiras tarifárias começou a valer – e setem­bro deste ano, os brasileiros já pagaram R$ 33,30 bilhões a mais. Na Região Administra­tiva, o aporte foi de R$ 268,70 milhões e, em Ribeirão Preto, de R$ 133,26 milhões.

A Região Administrativa conta com Ribeirão Preto, Alti­nópolis, Barrinha, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardi­nópolis, Luís Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pra­dópolis, Santa Cruz da Espe­rança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho e Taquaral.

O motivo dessa cobrança foi a necessidade de usar ener­gia gerada por termelétricas. Neste mês, as contas de ener­gia voltaram a ter a cobrança extra da bandeira vermelha patamar 1. Assim, o consumi­dor vai pagar R$ 4,169 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) utilizados. Na bandei­ra amarela, o valor caiu de R$ 1,50 para R$ 1,343 a cada 100 kWh consumidos com o fim do arredondamento.

No segundo nível, a bandei­ra vermelha terá cobrança extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh. A verde não tem adicional. Neste cenário, a energia gerada pelo setor sucroenergético colabora para “aliviar” o orçamento das famílias brasileiras, principal­mente, nos meses mais secos. De janeiro a setembro, a geração de energia a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar para o Sistema Interligado Nacional (SIN) foi de 16.583 gigawatt­-hora (GWh). Importante des­tacar que 84% dessa produção aconteceu no período mais seco e crítico para o setor elétrico, que compreende os meses entre maio a novembro.

O gerente de bioeletrici­dade da Unica, Zilmar Souza, destaca que essa participação tem contribuído, por exemplo, para que a bandeira não esteja no patamar 2. Por outro lado, no ano passado, 83% da bioe­letricidade sucroenergética foi ofertada para a rede justamente quando a bandeira tarifária es­teve amarela ou vermelha.

Isso mostra como é estra­tégica esta energia renovável, sustentável e não intermitente para o sistema elétrico brasi­leiro. Levantamento realizado pela Unica aponta que, até se­tembro deste ano, o consumi­dor de energia elétrica no Brasil já pagou R$ 2 bilhões a mais do que o previsto inicialmente em suas contas de energia.

Neste ano, de janeiro a abril, e em junho, a bandeira tarifária esteve na modalidade verde, quando não há cobrança extra na conta. Em maio e julho, a bandeira tarifária esteve amare­la e, em agosto e setembro, ver­melha, patamar 1. Dos 16.583 GWh gerados pelo setor su­croenergético para o SIN, entre janeiro e setembro, um total de 11.186 GWh (67,5%) foi produ­zido nos meses de maio, julho, agosto e setembro, quando as bandeiras tarifárias eram amare­la ou vermelha.

Os dados de geração de outubro ainda não estão dispo­níveis. “Aproveitamos apenas 15% do potencial da bioeletri­cidade da cana, ou seja, pode­mos gerar quase 7 vezes a nossa oferta atual, o que representaria atender 30% do consumo de energia elétrica no Brasil e uma conta mais barata para o con­sumidor final”, afirma Souza.

Quanto custa o sistema de bandeiras tarifárias
De janeiro de 2015 a setembro de 2019
Ribeirão Preto……………………………………………….. R$ 133.262.663,00
Região Administrativa……………………………………. R$ 268.709.959,00
Brasil………………………………………………………. R$ 33.302.686.631,00
No ano passado (2018)
Ribeirão Preto…………………………………………………..R$ 28.608.133,00
Região Administrativa……………………………………….R$ 57.685.252,00
Brasil………………………………………………………… R$ 6.881.624.795,00
Neste ano (jan/2019 a set/2019)
Ribeirão Preto…………………………………………………….R$ 8.320.605,00
Região Administrativa……………………………………….R$ 16.777.614,00
Brasil………………………………………………………… R$ 2.054.728.077,00

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