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28 de março de 2024 | 12:17
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Um terço dos ribeirão-pretanos estão inadimplentes

O número de inadimplentes em Ribeirão Preto aumentou 10,4% em abril deste ano na comparação com o mesmo pe­ríodo de 2018, de 241.259 para 266.374, com 25.115 devedores a mais. Significa que 38,3% da população da cidade, estimada em 694.534, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís­tica (IBGE), tem alguma conta em atraso, segundo a Serasa Experian. A média municipal é superior a nacional (3,1%) e á estadual (5,9%).

Na comparação com março, quando a cidade tinha 263.025 inadimplentes, a quantidade subiu 1,3%. Ou seja, mais 3.349 ribeirão-pretanos deixaram de pagar alguma conta no mês. Ri­beirão Preto fechou o ano passa­do com 253.260 devedores, alta de 5,7% em relação aos 239.507 de dezembro de 2017, acréscimo de 13.753 pessoas.

Neste ano, a inadimplência avançou 3,9% em quatro me­ses, de 256.446 devedores em janeiro para 266.374 em abril, com aporte de 9.928 nomes na lista dos negativados. Em feve­reiro, o caminhão Itinerante do Serasa Consumidor ficou cinco dias na cidade e atendeu 2.732 pessoas, média de 546 por dia – 54 por hora, quase uma a cada minuto. O veículo ficou estacionado na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quartei­rão Paulista, Centro Histórico.

Em todo o país
Em novo recorde históri­co, o número de brasileiros inadimplentes chegou a 63,2 milhões em abril de 2019. Isto significa que 40,4% da popu­lação adulta do país está com dívidas atrasadas e negati­vadas. Na comparação com o mesmo mês de 2018 (61,2 milhões), são dois milhões a mais de pessoas inadimplen­tes, ou seja, uma alta de 3,2%. Na relação abril x março 2019, o crescimento foi de 0,4%.

“Além dos impactos gera­dos pela insuficiência da edu­cação financeira do brasileiro, a inadimplência é uma variável que segue as principais ten­dências do cenário econômico nacional. Neste sentido, com a estagnação da economia, au­mento do desemprego e da in­flação ao longo dos primeiros meses de 2019, que impactam diretamente o orçamento do­méstico, continuamos a bater recordes no número de consu­midores com contas em atraso”, comenta Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

O segmento de bancos e cartões é o que tem o maior nú­mero de dívidas vencidas e não pagas, por isso, o aumento da representatividade de janeiro a abril é o que mais preocupa, se­gundo Rabi. “Este crescimento demonstra a dificuldade em honrar um tipo de pagamen­to que costuma ser prioridade das famílias. Isso é um sinal de que as pessoas já tomaram cré­dito para quitar outras dívidas e chegaram ao ponto de não conseguirem pagar nem este empréstimo”, diz.

O crescimento da inadim­plência do consumidor em abril de 2019, na relação com o mesmo mês de 2018, foi puxado pelas dívidas não honradas com o segmento de utilities (água, energia elétrica e gás). A telefo­nia aparece em segundo lugar. Já varejo e serviços apresentaram queda na comparação intera­nual, uma sinalização de que a oferta de crédito nestes segmen­tos pode estar encolhendo.

O Sul é a única região em que a população adulta dos Estados está com o percentu­al de inadimplência abaixo da média nacional (40,4%): Pa­raná (35,1%), Rio Grande do Sul (34,6%) e Santa Catarina (33,1%), este com o menor nú­mero em todo o país. Em São Paulo, o número de inadimplen­tes subiu 5,9%, de 14,36 milhões para 15,21 milhões de pessoas, com 850 mil devedores a mais – 42,9% da população adulta está inadimplente.

“A região Sul costuma ter menor índice de pessoas com dívidas atrasadas e negativadas porque o desemprego é mais baixo, graças às atividades do agronegócio”, comenta Rabi. Treze dos 27 Estados brasileiros estão acima da média nacional, sendo as regiões Norte e Sudes­te as mais afetadas. Ele diz que a educação financeira e o Ca­dastro Positivo podem ajudar a reduzir os números.

Boa Vista
O indicador de inadim­plência do consumidor regis­trou aumento de 4,8% em maio ante abril, já descontados os efeitos sazonais, segundo a Boa Vista. Entretanto, na compara­ção com maio de 2018, houve recuo de 0,6% no indicador, que acumula agora uma queda de 2,5% nos últimos 12 meses e de 5,9% em 2019.

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