Vice-chefe do governo instalado pela Rússia em Kherson, na Ucrânia, Kirill Stremousov diz que há planos pelo governo local de pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, que anexe a região. De acordo com declaração da autoridade a repórteres nesta quarta-feira, 11 de maio, porém, não há intenção de criar uma “República Popular de Kherson” semelhante às de Donetsk e Luhansk.
“A cidade de Kherson é a Rússia”, disse Stremousov à agência de notícias estatal RIA Novosti. “Não haverá (República Popular de Kherson) no território da região de Kherson, não haverá referendos. Será um decreto baseado em um apelo da liderança regional de Kherson ao presidente russo, e haverá um pedido para incluir a região em uma região adequada da Federação Russa”.
Assumir o controle de Kherson, uma cidade no sul ucraniano, e grande parte da região circundante no início da guerra foi sem dúvida o ganho mais significativo da Rússia na guerra. Autoridades ucranianas especularam que a Rússia planeja realizar um referendo na região para declarar sua independência, semelhante aos que ocorreram nas regiões leste de Donetsk e Luhansk em 2014.
Bombardeio
Um bombardeio das forças russas no leste da Ucrânia levou a um vazamento de nitrato de amônio nesta quarta-feira e ao pedido que as pessoas da região não deixassem suas casas. Essa substância química, um fertilizante, foi a mesma que levou a uma explosão no Porto de Beirute, no Líbano. O bombardeio ocorreu no centro de Sloviansk, cidade na região de Kramatorsk, e danificou o armazém onde era guardado o nitrato de amônio. Não há informações sobre mortos ou feridos.
As autoridades da cidade ucraniana pediram que as pessoas não se aproximem do armazém e fiquem dentro de suas casas, mas afirmaram que não há riscos imediatos para a população. O ataque da Rússia faz parte da ofensiva das forças de Vladimir Putin no leste ucraniano, com bombardeios nas cidades de Donetsk, Siversk e Avdiivka, além de Sloviansk.
A produção econômica global deverá ser cerca de US$ 1,5 trilhão menor no fim de 2022 como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo projeção do instituto de pesquisa britânico NIESR, que representa uma perda de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Em seu primeiro relatório sobre a perspectiva econômica global desde o início da guerra, no fim de fevereiro, o NIESR diz que a atividade mundial será prejudicada pela alta dos preços de energia e de alimentos provocada pelo conflito, assim como pela queda na confiança dos consumidores e empresas. O instituto prevê agora que a economia global crescerá 3,3% este ano. Em janeiro, sua expectativa era de alta de 4,2% do PIB mundial.
Para 2023, o instituto cortou sua projeção de 3,5% para 3,2%. Fora da Rússia, Ucrânia e alguns países vizinhos, a zona do euro deverá ser mais penalizada pelos efeitos da guerra. Embora tenha reiterado sua projeção para a alta do PIB dos EUA este ano em 3,5%, o NIESR cortou a previsão para o crescimento do bloco, de 3,8% para 3%.