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20 de abril de 2024 | 9:37
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Russos enfrentam reveses na Ucrânia

A Europa se movimentou nesta segunda-feira, 16 de maio, na direção de um endurecimen­to em relação à invasão russa à Ucrânia, com a Suécia juntan­do-se à Finlândia na busca da adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e au­toridades da União Europeia tra­balhando para resgatar propostas de sanções sobre o petróleo russo.

No campo de batalha, as tro­pas ucranianas resistiram a ten­tativas de avanços russos e até os fizeram recuar em certas regiões. Nos dias recentes, forças de Mos­cou retiraram-se do entorno da cidade de Kharkiv, no nordeste ucraniano, depois de bombarde­á-la por semanas.

Também nesta segunda-feira, um lampejo de esperança emer­giu para os soldados ucranianos feridos que ficaram presos sob os escombros de uma gigantesca siderúrgica bombardeada, o últi­mo bastião de resistência na cida­de portuária de Mariupol.

O Ministério da Defesa rus­so anunciou um acordo para os feridos deixarem o complexo industrial para receber trata­mento médico em uma cidade controlada por separatistas pró­-Moscou. Não houve nenhuma confirmação imediata pelo lado ucraniano, e não houve nenhu­ma menção sobre a possibilidade de os feridos serem considerados prisioneiros de guerra.

Tampouco ficou claro quan­tos combatentes seriam retira­dos. À medida que os combates castigam o leste da Ucrânia, a resposta internacional ao ataque russo continua a ganhar tração. A Suécia anunciou que solicita­rá adesão à Otan, em seguida à decisão similar de sua vizinha Finlândia. Isso representaria uma reviravolta histórica no continente europeu: ambos os países adotam posições de não alinhamento há gerações.

O presidente russo, Vla­dimir Putin, que qualificou a invasão como um esforço para impedir a expansão da Otan, mas que agora percebe que sua estratégia está saindo pela culatra, alertou que um fortale­cimento militar nos territórios desses países “certamente mo­tivará uma reação em resposta”.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que os processos de adesão da Fin­lândia e da Suécia serão bem rá­pidos, apesar de a Turquia, que é membro da aliança, ter ex­pressado reservas em relação à manobra. A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, afirmou que a aliança militar de 30 membros é a melhor defesa para seu país em face ao com­portamento da Rússia.

“Infelizmente, não temos nenhum motivo para crer que a tendência (das ações russas) se reverterá no futuro próximo”, afirmou ela. A Europa também está trabalhando para sufocar o financiamento de guerra do Kremlin, reduzindo em bilhões de dólares suas importações de energia da Rússia.

Mas a proposta de embargo da UE sobre as importações de petróleo russo enfrenta oposi­ção de um pequeno grupo de países liderado pela Hungria, que é um entre vários países sem costa marítima e altamente dependentes dessas importa­ções, juntamente com Repúbli­ca Checa e Eslováquia. A Bul­gária também tem reservas.

“Faremos nosso melhor para desbloquear a situação”, afirmou o chefe de política externa da UE, Josep Borrell. “Não posso garantir que isso irá acontecer, porque as posições são bastante fortes.” A Rússia tem enfrentado uma série de reveses na guerra, de maneira mais evidente em seu fracasso em tomar Kiev, a capital, nos estágios iniciais da invasão.

Desde então, a maioria dos combates tem ocorrido no Donbas, região industrial da Ucrânia no leste do país, mas esse esforço também se provou um trabalho fatigante. Ambos os lados têm lutado vilarejo a vilarejo. As forças ucranianas têm sobrepujado os russos, mas também sofrem derrotas.

O número de mortes, já na casa dos muitos milhares, con­tinua a aumentar. Na região de Luhansk, no Donbas, ataques noturnos atingiram um hospi­tal em Severodonetsk, deixan­do dois mortos e nove feridos, incluindo uma criança, afir­mou o comando militar regio­nal. Ataques noturnos também atingiram outras cidades.

O governador militar re­gional, Serhiy Haidai, afirmou que forças especiais ucranianas explodiram pontes ferroviárias controladas pelos russos para tentar diminuir os avanços do inimigo. Ao longo de outra fai­xa da fronteira com a Rússia, guardas fronteiriços afirmaram que impediram uma tentati­va dos russos, na manhã desta segunda-feira, de enviar para a Ucrânia tropas de sabotagem e reconhecimento para a região de Sumi, no norte do país.

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