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20 de abril de 2024 | 8:49
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Sarampo e pólio – Vacinação entra na reta final

2.2 W/Agência Brasil

A Campanha Nacional Con­tra a Pólio e o Sarampo entra em sua reta final nesta semana. A vacinação vai até sexta-feira, 31 de agosto, e a Secretaria Munici­pal da Saúde de Ribeirão Preto ainda não foi notificada sobre uma provável prorrogação. O índice de imunização está bem abaixo da meta e preocupa as autoridades sanitárias.

Segundo o último balanço oficial divulgado pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da secretaria, metade as crianças na faixa etária de um ano a cinco anos incompletos (quatro anos, onze meses e 29 dias) ainda não receberam a dose da vacina trí­plice viral (a popular SCR, pro­tege contra a sarampo, caxumba e rubéola) e contra a poliomie­lite, a “paralisia infantil”. No sá­bado passado (18), “Dia D” de imunização, foram vacinados 3.881 meninos e meninas.

Desde o início da campanha foram imunizadas 15.153 crian­ças, o que representa a cobertura de 50,5% do público-alvo, que é formado por 30.108 crianças. A meta da Secretaria Municipal da Saúde é vacinar 95% dessa população. Ribeirão Preto tem 35 salas de vacinas que perma­necem abertas, das oito às 17 ho­ras, também durante a semana, de segunda a sexta-feira. Os ho­rários são variados e conforme o funcionamento de cada unidade de saúde. Veja toda a relação no site oficial da prefeitura (www. ribeiraopreto.sp.gov.br).

“Pedimos aos pais e respon­sáveis que reservem um tempo para levarem seus filhos aos pos­tos de saúde até o fim da cam­panha, para evitar problemas mais graves no futuro”, alerta a coordenadora do programa de Imunização de Ribeirão Preto, Mayra Fernanda de Oliveira. A intensificação da campanha em Ribeirão Preto tem como objeti­vo a prevenção e o aumento da cobertura vacinal da doença em função do registro de um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência.

A pasta já adiantou que o vírus da doença não circula no município e não há motivo para alarde. A confirmação o caso ocorreu no dia 10 de abril e revelou que uma profissional da área médica de Dracena (SP) contraiu sarampo no Lí­bano (foi identificado o genó­tipo D8, semelhante ao circu­lante no Oriente Médio), em abril, quando prestava serviços humanitários.

A ocorrência foi registra­da em Ribeirão Preto porque, ao voltar do Oriente Médio, ela desembarcou na cidade para visitar a mãe que estava internada em hospital do mu­nicípio. Por ser profissional da área da saúde ela identificou que estava com os sintomas da doença e iniciou o tratamento. A Fundação Santa Lydia, em parceria com o Rotary Clube, promoveu no último sábado (18), ações para fortalecer a campanha de mobilização na­cional de combate ao sarampo e à poliomielite para crianças na faixa etária de um ano a cinco anos.

A Unidade de Pronto Aten­dimento (UPA) da avenida Treze de Maio e a Unidade Básica e Distrital de Saúde (UBDS) do Quintino Facci II, administradas pela fundação, promoveram ações. Foram dis­tribuídos panfletos informa­tivos e fornecidas orientações sobre as de doenças aos pais e responsáveis. Em pontos estra­tégicos, também foram dispo­nibilizadas faixas informativas.

Pólio
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) pediu ao Ministério da Saúde informações sobre o risco en­frentado por cidades brasileiras de retorno da poliomielite. A pasta informou, em 30 de ju­nho, que 312 cidades estavam em situação de alto risco, 44 no Estado de São Paulo, em virtude das baixas coberturas vacinais. Cinco são da macrorregião de Ribeirão Preto: Ribeirão Cor­rente (16,22%), Cristais Paulis­ta (20,79%), Franca (24,10%), Guariba (32,26%) e Jaboticabal (44,44%). Pelo menos 800 mil crianças estavam sem proteção contra a doença no Brasil.

País precisa vacinar 5 milhões de crianças
Na reta final da Campanha Nacional Contra a Poliomielite e Sarampo, cinco milhões de crianças de um ano a menores de cinco precisam buscar os postos de saúde para receber a vacina. A última atualização en­viada pelos estados mostra que, até quarta-feira, 22 de agosto, 56% de crianças em todo país foram imunizadas contra essas doenças.

Em todo país, foram aplicadas mais de 12,5 milhões de doses contra a pólio e sarampo (cerca de 6,2 milhões de cada). A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças independente da situação vacinal delas e criar uma barreira sanitária de proteção da população brasileira.

Para a poliomielite, crianças que ainda não tomaram nenhu­ma dose na vida serão imuni­zadas com a Vacina Inativada Poliomielite (injetável), enquanto as que já tiverem tomado uma ou mais doses receberão a Vacina Oral Poliomielite (goti­nha). Quanto ao sarampo, todas as crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral – com exceção para as que tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias.

Segundo o ministério, entre os estados com menor cobertura na campanha, estão Rio de Janeiro, com 36,27% do público-alvo vacinado para pólio e 37,62% para sarampo, e Pará, que tem 41,04% para pólio e 41,04% para sarampo. Já os estados com melhor cober­tura são Rondônia, com 88,89% para pólio e 87,42% para sarampo, e Amapá, com 82,74% para pólio e 82,58% para sarampo.

Casos – Atualmente, o país enfrenta pelo menos dois surtos de sarampo – em Roraima e no Ama­zonas. Até o momento, foram con­firmados 1.087 casos de sarampo no Amazonas, enquanto 6.693 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 300 casos da doença, enquanto 67 continuam em investigação.

Há ainda casos isolados e relacionados à importação iden­tificados nos seguintes estados: São Paulo (2); Rio de Janeiro (18); Rio Grande do Sul (16); Rondônia (1); Pernambuco (2); e Pará (2). No estado de São Pau­lo, 905,4 mil crianças de um ano a menores de cinco precisam buscar os postos de saúde para receber a vacina contra a pólio e sarampo. Até quarta-feira (22), cerca de 58,9% do público-alvo haviam sido imunizados.

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