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16 de abril de 2024 | 2:30
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SDD quer afastar Duarte Nogueira

O presidente do Diretório Municipal do Partido Solida­riedade (SDD), Osvaldo Cruz Ramalheiro Júnior, protocolou – via e-mail – na Câmara de Ve­readores de Ribeirão Preto, pe­dido de afastamento do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e do secretário Municipal da Saúde, Sandro Scarpelini.

A decisão foi motivada pelas denúncias envolvendo a loca­ção de quatro ambulâncias pelo valor de R$ 1.103,419,27, por quatro meses e sem licitação. De acordo com o pedido, “o afas­tamento imediato do prefeito e do secretário se faz necessário para assegurar a integridade das investigações e a ausência de pressão junto aos funcionários envolvidos no processo de loca­ção das ambulâncias”.

As denúncias de eventuais irregularidades também estão sendo investigadas pelo Minis­tério Público Federal (MPF) e pela própria Câmara, que insta­lou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. Em 11 de maio, a Polícia Federal realizou busca e apreen­são de documentos na Secreta­ria Municipal de Administração, na da Saúde, na sede da empresa contratada, a SOS Urgência Mé­dica, e na casa de um de seus só­cios para recolher documentos.

A CPI das Ambulâncias é presidida por Orlando Peso­ti (PDT) e composta também por Alessandro Maraca (MDB, vice-presidente), Renato Zuco­loto (Prpogressistas), Jean Co­rauci (PSB), Paulo Modas (PSL) e Marinho Sampaio (MDB). Tem 120 dias para apresentar relatório, mas o prazo pode ser prorrogado. Agora, o pedido de afastamento será encaminhado para a Coordenadoria Jurídica do Legislativo, que emitirá pa­recer favorável ou contrário ao pedido, dependendo dos pré-re­quisitos legais exigidos.

Nos dois casos o pedido é votado pelos 27 vereadores em plenário. A que darão a palavra final sobre o prosseguimento ou não do processo de impeach­ment é dos parlamentares. Nesta quinta-feira (28), a Câmara de Ribeirão Preto arquivou outro pedido de afastamento do pre­feito Duarte Nogueira e do se­cretário Sandro Scarpelini.

A solicitação partiu do Par­tido Social Liberal (PSL) e foi protocolada no Legislativo há 15 dias. De acordo com a decisão da Coordenadoria Jurídica da Câmara de Ribeirão Preto, não cabe aos vereadores a decisão de afastamento temporário do prefeito e do secretário. Destaca ainda que o pedido deveria ser apresentado à Justiça.

As investigações tiveram iní­cio depois de denúncias de que haveria superfaturamento na lo­cação. Um empresário do setor também denunciou o direciona­mento na contratação, pois se­gundo ele, o prefeito seria amigo do dono da empresa vencedora, a SOS Assistência Médica.

Outro lado
Desde que surgiram as de­núncias de possíveis irregu­laridades, a Secretaria Muni­cipal da Saúde tem afirmado que todo processo seguiu as orientações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) e do Ministério Pú­blico Estadual (MPE).

Diz que o contrato de pres­tação de serviços das ambulân­cias privadas foi assinado com a finalidade exclusiva para atendi­mentos de remoção e transporte de pacientes entre unidades de saúde e hospitais, assim como altas hospitalares e residências, chamados “transportes sanitá­rios” (casos não urgentes).

A secretaria garante ainda que o valor estimado para o mesmo serviço, caso fosse realizado pelos próprios municipais, chegaria a cerca de R$ 110 mil mensais e seriam realizados por plantões extras, já que se trata de equipe provisória para o período da pandemia de covid-19. O pre­feito Duarte Nogueira disse, em entrevista coletiva, que confia no trabalho da Polícia Federal.

Ressalta que as investiga­ções são importantes para a comprovação de que o proces­so de contratação foi totalmen­te regular. “Confio no trabalho da Polícia Federal e é impor­tante que seja feito para ter a certeza de que a condução do processo foi totalmente regu­lar”, afirmou.

Na mesma coletiva o secre­tário Sandro Scarpelini afirmou que a decisão de alugar as ambu­lâncias foi tomada diante da pre­visão de possível aumento des­controlado no número de casos do novo coronavírus na cidade. Atualmente, a cidade tem 14 viaturas básicas do Serviço Mó­vel de Atendimento de Urgência (Samu) e duas viaturas de UTI móvel. “Todo o processo passou pelo jurídico da prefeitura”, disse.

Ainda segundo o secretá­rio, a ex-mulher de Scarpelini foi sócia da empresa vencedo­ra da licitação quando a com­panhia foi fundada. Afirmou ainda que deu assessoria para a SOS durante alguns meses, mas que não tem mais víncu­los com a contratada. “Minha tranquilidade é total com rela­ção a isso”, concluiu.

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