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19 de abril de 2024 | 15:10
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Sem educadores não se faz educação de qualidade

A elite branca e escravocrata do Brasil sempre acreditou nos esforços e trabalho dos outros, a prova disso é que o Brasil foi o último país do mundo a “acabar” com a escravidão negra. Nunca acreditaram em um projeto de Nação – preferem ficar lambendo as botas do poderoso da vez. Aprenderam com as experiências dos outros a importância que têm a educação básica, principalmente a pública, e para manter tudo como idealizaram, usam todos os estratagemas negacionistas para ter o con­trole absoluto da escola pública, impedindo que ideias e pensamentos libertadores possam frutificar neste ambiente.

Manter a escola básica pública dentro do modelo tradicional, com a figura do professor explicador e transmissor, sendo o único detentor dos conhecimentos, mesmo sabendo que neste modelo o aprendizado do educando não acontece. A evolução é uma condição humana, e o aprendizado acontece através da apropriação da cultura, a simples trans­missão de conteúdos não produz o aprendizado. A política educacional criminosa, que impõem aos pobres deste País impedindo o desenvolvi­mento humano e tecnológico um dia vai ter que acabar, pois não há mal que sempre dure, um dia acaba!

O sofisma e a escamoteação estão no DNA desta gente. E para manter, ou tentar manter tudo dentro dos conformes criaram uma instituição para dar o suporte técnico, e formar as novas gerações, que seguiram a mesma e velha cartilha, e essa instituição é a UFMS (Universidade de Falcatrua Ma­landragem e Safadeza), com cursos de pós-graduação, mestrado e doutora­do, dando expertise para os escolhidos que vão se perpetuar no poder.

Mudar a educação básica pública, adequando-a a Constituição tem que ser a prioridade, mas a elite entreguista trabalha para que isso não aconteça. A Promulgação da Constituição em 1988 gerou ferrenhas críticas da classe dominante, pois na visão deles a nova Constituição era muito avançada para as condições do povo brasileiro – era uma Constituição para a Suíça, o mes­mo aconteceu com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), e o pior de tudo é que a maioria da população acreditou no sofisma bem ajambrado, de que não mereciam ter leis tão avançadas.

O ser humano se expressa na sua autonomia, e a escola tem que priorizar este entendimento. O grande educador Paulo Freire sinteti­zou o significado de estudar: “Estudar seriamente um texto é estudar o estudo de quem estudando, o escreveu. É perceber o condicionamento histórico-sociológico do conhecimento. É buscar as relações entre o conteúdo estudado e outras dimensões afins do conhecimento. Estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever – tarefa de sujeito e não de objeto”. No entanto esta definição não conseguiu penetrar no ambiente da escola pública básica.

E este sistema educacional vigente prejudica o aprendizado dos edu­candos, pois foi programado para apenas transmitir conhecimento, e nem isso está conseguindo, pois o aprendizado só acontece quando há interesse e cumplicidade. A psicologia da educação mostra a mais de cem anos, que a criança só aprende se quiser – tem que haver o interesse. A escola estabelece o premio e o castigo – se o educando seguir as regras estabelecidas é premia­do, agora se não cumprir é castigado, e com isso a maioria estuda para ficar livre da escola, pois na visão dos educandos a escola é muito chata.

A tragédia que estamos vivendo nos dias de hoje, escancarou de vez as mazelas pedagógicas e estruturais que sofrem as escolas públicas básicas, e para agregar valores monetários à educação básica, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo fez um estudo apontando que serão necessários onze anos para recuperar o aprendizado dos educando em português e matemática pós-pandemia, e com isso pavimentam o caminho para a pri­vatização, que já está em curso com a compra das apostilas obsoletas que as redes privadas estão descartando.

A escola tem que ser um lugar em que o aprendizado se dá pela alegria e felicidade, mas essa educação de qualidade, não acontece sem que haja educadores autônomos, preparados e comprometidos com este novo para­digma. Só se constrói a cidadania no chão da escola pública básica!

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