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19 de março de 2024 | 0:49
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Será que o Queiroz salvará a democracia?

“A finalidade do Estado é promover a justiça social. Mas não há justiça social sem desenvolvimento e não há desenvolvimento sem soberania”. (Getúlio Vargas)
No dia 24 de agosto de 1954, morre o presidente Getúlio Vargas, o construtor do Brasil moderno, com um tiro no peito, para salvar sua honra pessoal e a do Bra­sil. Deixou em sua Carta Testamento o grito da exploração do país e um caminho para o desenvolvimento nacional autônomo. Sua cartilha foi seguida por João Gou­lart, Brizola e, atualmente, pelo competente Ciro Gomes, do qual retiro a epígrafe de seu recentíssimo livro “Política nacional: o dever da esperança”.

Esse desenvolvimento nacional com as vertentes getulistas, e outras, foi ban­deira de muitos políticos, cientistas políticos, sociólogos, que por sua vez ganhava o dístico de “Projeto Nacional”. Sem querer desmerecer a nenhum de seus defensores, refiro-me tão só ao “Menestrel de Alagoas”, Teotônio Vilela, porque era da antiga Arena e passou para a oposição do MDB, e mais, porque viajou pelo Brasil, mesmo doente, com sua cabeça devastada pelo câncer, pregando seu “Projeto Nacional”.

Aquele momento gigantesco da história do Brasil, em 1954, quando a oposição à Vargas estava eriçada pela instituição do monopólio estatal do petróleo e falava-se no “mar de lama”, se comparado a nossa atualidade, ver-se-á a diferença, que é escandalo­samente gritante. Atualmente, eles estão desossando a Petrobras, vendendo-a aos peda­ços, como estão desossando o Brasil para entregar a nossa soberania, a qual não deveria nunca ser entregue, mas o fazem com um espírito de vassalos que desonram a história de políticos e militares, os quais lutaram para a construção democrática do Brasil.

Até o período da ditadura se destacava naquela obscuridade institucional um projeto de nação, defesa de nosso território e de nossas riquezas. Hoje esses andarilhos do sem rumo não governam e jogam a culpa num inimigo inexistente, como prática midiática, dotada de repetição sem fim, para que escapem ao julga­mento próximo das urnas ou ao julgamento da história, com a especialidade de ataques diários às pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, distanciando o dia a dia do Brasil daquilo que se pode chamar de concerto das nações – ou acreditam que fabricam a confusão para um golpe militar. Note-se: a maior crise sanitária da história foi tida como “gripinha”, porque a morte acontece de qualquer maneira, foi a justificativa.

A fúria atacante contra instituições e Poderes com a criação de factoides, que não deixariam governar quem não sabe fazê-lo, ou quem é absolutamente despre­parado para fazê-lo, revela-se na atitude antecipada de autodefesa em relação ao que poderia vir contra o governo em julgamentos e/ou depoimentos no Supremo Tribunal Federal (STF), ou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou mesmo em inquéritos que tramitam no Rio de Janeiro.

A tensão estava enorme, não se aguentava mais. O presidente diariamente invocava as Forças Armadas com seus generais do palácio aprovando a indignação presidencial, até que… até que …
Acontece a prisão do Queiroz. Trabalho primoroso do Ministério Público do Rio de Janeiro e de São Paulo, coadjuvado pela Polícia Militar paulista.

O clima de tensão de repente baixou e parece que o Brasil começa a pensar no que foi feito, no que se faz, no que precisa ser feito para não ser mais desacredita­do do que está.

Os militares já falam em “Ministério de Notáveis”. Afinal, ligar o Planalto por qualquer vínculo à milícia do Rio de Janeiro é insuportável à dignidade de qual­quer um de nós, civil ou militar. Mais insuportável se torna para a instituição que tem como seu lema a honra e a vida pelo país, que é o das Forças Armadas.

Não é demais nesse contexto dizer que o Queiroz foi o vírus que afastou o decantado “golpe militar”.

E se mesmo afastado de vez, poderemos pensar em não liquidar o Brasil no balcão do Paulo Guedes, que falando aos economistas nos Estados Unidos causou forte decepção, tal o seu despreparo.

E aí poderemos pensar, racional e fraternalmente, um Projeto Nacional. Um sonho de Barbosa Lima Sobrinho, que viveu 103 anos, um apaixonado pelo Brasil, escreveu um livro sobre o desenvolvimento autônomo do Japão para que meditásse­mos sobre essa experiência e construíssemos nosso caminho, digna e altivamente.

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