O Teatro do Sesi Ribeirão Preto recebe nos dias 13, 14, 20 e 21 de maio, o espetáculo “O aniversário de Jean Lucca”, do compositor e dramaturgo Dan Nakagawa. As apresentações são gratuitas e estão marcadas para as 20 horas. O espaço fica na rua João Ignacchitti s/nº, no Jardim Castelo Branco, Zona Leste.
O local tem capacidade para receber 365 pessoas. Os ingressos podem ser reservados gratuitamente pelo Meu Sesi no site da unidade (ribeiraopreto. sesisp.org.br). Para mais informações ou esclarecimento de dúvidas, entre em contato pelo telefone (16) 3603-7300.
Com forte influência da dramaturgia de Samuel Beckett (1906-1989), Matéi Visniec e Eugène Ionesco (1909-1994), a peça narra os preparativos da festa de aniversário do menino Jean Lucca, filho único de um casal que mora em um luxuoso condomínio. Essa criança nunca é vista na peça e sobre ela pouco se sabe, nem mesmo a sua idade ou aparência física. Assim a presença dele se faz pela sua constante ausência.
O enredo se passa durante o fragmento de tempo correspondente aos preparativos da festa até seu início. A babá e todas as pessoas que vão chegando na casa-bolha dessa família se mostram uma ameaça na vida desse casal, gerando ora uma paranoia excessiva, ora uma profunda apatia. A encenação fala sobre os muros visíveis e invisíveis, físicos e subjetivos que nos cercam, gerando incômodo frente a marginalização, segregação, apatia social, indiferença e a paranoia.
O texto nasce em consonância com estudos do psicanalista e professor paulistano Christian Dunker sobre o conceito de “Cultura da Indiferença”. Segundo o estudioso, tal cultura se desenvolve no interior de uma sociedade normatizante, branca e heteronormativa que nega, por meio da indiferença, as diversidades individuais, erguendo barreiras para anular essas subjetividades.
Assim, transformamos o nosso entorno em uma bolha de iguais e, portanto, narcisista, onde tudo que se quer ver em um mundo previsível é a si mesmo e não o outro. O elenco da peça traz Maristela Chálala, Elisete Santos, Vívian Valente, Alex Huszar, Mariana Torres, Alef Barros, Heitor Garcia Lima, Adriane Hintze, Igor Mo e Felipe Tercetto.
Os atores são acompanhados pelo músico André Vilé que, além de executar uma sonoplastia experimental ruidosa, toca ao vivo parte da trilha sonora composta por Nakagawa. A canção brasileira é um forte traço da linguagem cênica do diretor e compositor, que já teve três de suas canções gravadas em álbuns de Ney Matogrosso.