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19 de abril de 2024 | 2:09
Jornal Tribuna Ribeirão
FOTO: RAFAEL CUSATO
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Cultura

Sesi traz musical de Nakagawa a RP

O Teatro do Sesi Ribeirão Preto recebe nos dias 13, 14, 20 e 21 de maio, o espetáculo “O aniversário de Jean Lucca”, do compositor e dramaturgo Dan Nakagawa. As apresen­tações são gratuitas e estão marcadas para as 20 horas. O espaço fica na rua João Ignac­chitti s/nº, no Jardim Castelo Branco, Zona Leste.

O local tem capacidade para receber 365 pessoas. Os ingres­sos podem ser reservados gra­tuitamente pelo Meu Sesi no site da unidade (ribeiraopreto. sesisp.org.br). Para mais infor­mações ou esclarecimento de dúvidas, entre em contato pelo telefone (16) 3603-7300.

Com forte influência da dramaturgia de Samuel Be­ckett (1906-1989), Matéi Visniec e Eugène Ionesco (1909-1994), a peça narra os preparativos da festa de ani­versário do menino Jean Luc­ca, filho único de um casal que mora em um luxuoso condo­mínio. Essa criança nunca é vista na peça e sobre ela pouco se sabe, nem mesmo a sua ida­de ou aparência física. Assim a presença dele se faz pela sua constante ausência.

O enredo se passa durante o fragmento de tempo cor­respondente aos preparativos da festa até seu início. A babá e todas as pessoas que vão chegando na casa-bolha des­sa família se mostram uma ameaça na vida desse casal, gerando ora uma paranoia excessiva, ora uma profunda apatia. A encenação fala so­bre os muros visíveis e invi­síveis, físicos e subjetivos que nos cercam, gerando incô­modo frente a marginaliza­ção, segregação, apatia social, indiferença e a paranoia.

O texto nasce em conso­nância com estudos do psica­nalista e professor paulistano Christian Dunker sobre o conceito de “Cultura da Indi­ferença”. Segundo o estudio­so, tal cultura se desenvolve no interior de uma socieda­de normatizante, branca e heteronormativa que nega, por meio da indiferença, as diversidades individuais, er­guendo barreiras para anular essas subjetividades.

Assim, transformamos o nosso entorno em uma bolha de iguais e, portanto, narcisis­ta, onde tudo que se quer ver em um mundo previsível é a si mesmo e não o outro. O elenco da peça traz Maristela Chálala, Elisete Santos, Vívian Valente, Alex Huszar, Maria­na Torres, Alef Barros, Heitor Garcia Lima, Adriane Hintze, Igor Mo e Felipe Tercetto.

Os atores são acompanha­dos pelo músico André Vilé que, além de executar uma so­noplastia experimental ruido­sa, toca ao vivo parte da trilha sonora composta por Naka­gawa. A canção brasileira é um forte traço da linguagem cênica do diretor e compo­sitor, que já teve três de suas canções gravadas em álbuns de Ney Matogrosso.

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