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20 de abril de 2024 | 2:58
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Show de Drake prova que País pode receber grandes rappers

Por Guilherme Sobota e Leandro Nunes, enviados especiais

O primeiro fim de semana do Rock in Rio 2019 ocorreu sem sustos: apesar do “piti do Drake” – como a exigente passagem do rapper canadense ficou conhecida nas redes sociais e na boca do povo do festival -, o evento trouxe para o Rio bons shows, uma infraestrutura funcional e atrações novas bem pensadas que, se não fogem do espírito frequente do Rock in Rio, acrescentam a ele um bem-vindo ar de renovação.

Talvez a principal delas tenha sido justamente a apresentação de Drake – ele foi a primeira grande estrela do hip hop a ocupar um lugar entre os headliners do festival (depois do cancelamento de Jay-Z em 2011). E, a exemplo do que Kendrick Lamar tinha feito com o Lollapalooza em São Paulo em abril, o rapper provou que a indústria brasileira de shows internacionais já tem capacidade para receber as grandes estrelas do gênero.

O “piti” era esperado: Lamar também não deixou que seu show fosse transmitido, embora Drake tivesse levado as exigências a níveis de estrelato, que, afinal, ele possui. Recordista do consumo de música por streaming no mundo, os relatos dão conta de que ele pensou em cancelar o show por dificuldades no som e nas luzes – estas, o principal motivo de reclamação dos fãs.

Outra novidade interessante que o festival proporcionou em 2019 foi uma diversificação nas atrações. O palco Supernova, montado num área com vista para o resto do festival, incluiu na sua escalação artistas que, se já acumulam milhões de visualizações nas plataformas e mantêm uma base de fãs crescente, talvez ainda não tenham cacife para subir nos palcos principais do evento – ainda, porque a ideia é justamente prepará-los para o futuro. Maglore, Jade Baraldo, Oriente e Dona Cislene foram alguns dos atos que passaram por ali.

Fuerza Bruta e NAVE, dois espaços novos instalados na entrada do festival, também atraíram elogios de crítica e público, encaixando-se na proposta do Rock in Rio com um tipo de inovação artística criativa e sedutora.

Goo Goo Dolls

Quando uma banda lança um sucesso tão grande quanto Iris, a música que levou o Goo Goo Dolls ao estrelato em 1998, é comum que se associe todo o resto do trabalho a esse momento específico. Mas pela primeira vez no Brasil, depois de uma turnê em algumas cidades com o Bon Jovi, a banda americana provou ser capaz de encantar uma plateia imensa sem necessariamente ficar presa ao hit incontornável.

Claro que Iris, a última canção do set, ainda seria a apoteose de uma apresentação, mas mesmos músicas mais novas, do recém lançado disco Miracle Pill (2019), trazem ao Rock in Rio o rock de estádio que o público, menos volumoso neste domingo do que nos outros dias do festival, espera.

Em entrevista ao ‘Estado’ antes do festival, o vocalista John Rzeznik disse entender o tipo de vibração que o festival esperava dele, mas confessou não estar acostumado a audiências tão grandes. Na performance no Palco Mundo, porém, a banda não deu sinais em falso: uma apresentação de rock respeitável e consistente com a trajetória de uma banda que tem uma carreira pouco reconhecida em detrimento de um hit.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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