Desde o início da pandemia atuando dia e noite, os trabalhadores dos Correios estão preocupados com a crescente onda de casos em todo o país. Na região de Ribeirão Preto, funcionários foram contaminados e alguns tiveram suas vidas ceifadas.
Cientes da vulnerabilidade econômica do país e da importância do funcionamento das atividades em prol de todos, que dependem dos serviços para o recebimento de correspondências e de encomendas, os carteiros procuraram manter suas atuações. Assim, não raro, muitos acabaram vítimas da Covid-19 também em função de outra vulnerabilidade – a sanitária.
Um dos fatores que preocupam os trabalhadores é a falta de condições de trabalho, com a escassez de álcool gel e equipamentos de segurança necessários.
“Por isso fortalecemos o movimento pela vacinação dos trabalhadores da nossa base. Queremos que todos sejam imunizados o mais depressa possível a fim de que possamos trabalhar com mais segurança”, disse Fernanda Romano, diretora do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Região de Ribeirão Preto.
Sem querer prejudicar a população, os carteiros desbravam ruas em busca de horizontes felizes. Porém, ao vestir a camisa do Brasil, muitas vezes esbarram no vírus invisível.
“Nossa luta é real. Eu sou carteiro e perdi amigos para a Covid. Nem me lembro de quantas lágrimas derramei e vi amigos derramarem. Crianças ficaram órfãs, esposas estão viúvas, e não vemos outra saída a não ser a vacina, já que também somos linha de frente”, comentou Wellington Vitorino.
Somente na região de Ribeirão Preto, o sindicato dos trabalhadores atua em 94 cidades, representando cerca de 2000 trabalhadores. Em tamanho, as principais cidades são Ribeirão Preto, Araraquara, Franca, Catanduva e Barretos. Ao menos três trabalhadores morreram para a Covid-19, em casos registrados em Araraquara, Serra Azul e Taquaritinga.
“Os leitos de UTIs estão sempre no limite. Quando as notícias sugerem diminuição no número, os casos simplesmente crescem. Não entendemos o porquê a categoria até agora não foi vacinada, por isso não mediremos esforços para obter as doses necessárias para os trabalhadores da nossa base”, explicou Fernanda.
“Eu não quero perder mais ninguém. Está muito difícil trabalhar assim. A situação é tão complicada que não raro, nas unidades em que há confirmação de casos de Covid, o sindicato tem entrado com ações judiciais para exigir o afastamento das pessoas que trabalham próximas, além da limpeza desses locais”, explicou Wellington Vitorino.
Diretoria dos Correios se manifesta em nota
A respeito da matéria “Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em RP exige vacinação da categoria”, segue posicionamento oficial dos Correios:
“Reiteramos que, desde março de 2020, os Correios vêm adotando sucessivas medidas de proteção à saúde de seus empregados, clientes e fornecedores, em função da pandemia do novo Coronavírus. Nesse sentido, a empresa enviou solicitação formal ao órgão supervisor da estatal, solicitando inclusão dos empregados da empresa no rol de públicos prioritários para vacinação. A estatal também tem feito pleitos junto aos Estados, e em algumas localidades, os empregados já estão sendo vacinados.
Vale ressaltar que os Correios estão acompanhando a situação de saúde do efetivo, prestando o apoio necessário e, também, atuando para garantir o bom funcionamento das atividades operacionais.
Além de intensificar as orientações quanto aos cuidados básicos de higiene e procedimentos de limpeza dos ambientes e equipamentos, a empresa disponibilizou a todos os empregados álcool em gel e máscaras laváveis, suspendeu a assinatura do destinatário na entrega de objetos postais – evitando assim o compartilhamento de objetos com o cliente externo -, instalou painéis de acrílico em guichês de atendimento e promoveu a reorganização das estações de trabalho nos centros operacionais, para manter o distanciamento recomendado.
Cabe salientar ainda que, devido a decretos municipais/estaduais ou ainda em virtude dos protocolos preventivos já citados, podem ocorrer alterações pontuais no serviço. Porém, as rotinas de entrega e atendimento permanecem sendo executadas.
Os Correios seguem trabalhando para viabilizar, com segurança, a continuidade de suas atividades e permanecem à disposição pelos telefones 3003-0100 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 725 7282 (demais localidades), ou pelo site https://www.correios.com.br “