Pela primeira vez na história, o Estado mais populoso do país registrará um mês com mais óbitos do que nascimentos. Com cerca de 44 milhões de habitantes, São Paulo tinha até esta sexta-feira, 30 de abril, 44.087 óbitos e 41.407 nascimentos, diferença de mais de 2.500 mil óbitos a mais do que nascidos vivos. Os dados são preliminares, pois os registros de abril ainda podem ser lançados no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio).
A base de dados é abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com as Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com informações dos próprios cartórios brasileiros.
A queda na diferença entre os nascimentos e os óbitos no Estado vinha ocorrendo de forma gradual ao longo dos anos, mas se acentuou de forma contundente com a pandemia da covid-19. Em janeiro de 2020, esta diferença era de 25.113 registros de nascimentos a mais. Em julho do ano passado, caiu para 12.972, patamar que se manteve até março, quando diminuiu para apenas 1.867 registros, invertendo-se a pirâmide em abril, que passou a ter 2.680 óbitos a mais que nascidos vivos, fenômeno nunca antes registrado.
No país, a região Sudeste, com cerca de 85 milhões de habitantes tem até esta sexta-feira (30.04) 81.525 óbitos e 76.508 nascimentos, realidade que se repete em três dos quatro Estados que compõe a região: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Os dois primeiros registraram também o primeiro mês com maior número de mortes do que de nascidos em seus territórios na série histórica. Além do Sudeste e dos três Estados com mais óbitos do que nascidos na região, o Rio Grande do Sul também registrou um maior número de mortes do que nascimentos em abril.