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19 de abril de 2024 | 19:45
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Política

Temer diz que Janot é ‘antiético, imoral, indecente e ilegal’

O presidente Michel Temer (PMDB), por meio de seus ad­vogados, partiu para um ataque sem precedentes contra o ex­-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Na peça de 89 páginas, entregue à Câmara, nessa quarta-feira (4), os advo­gados classificaram como “tor­pe” a segunda flechada de Janot contra o peemedebista – a pri­meira, por corrupção passiva, foi barrada pelos deputados.

O documento de defesa do presidente contra a denúncia feita em setembro por Janot é subscrito pelos advogados Edu­ardo Pizarro Carnelós e Rober­to Soares Garcia e endereçado ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). A Câ­mara está analisando se autori­za o envio da acusação contra o peemedebista por organização criminosa e obstrução de Justi­ça ao Supremo Tribunal Fede­ral (STF).

“A obsessão de Rodrigo Ja­not, seu mal agir, foi antiético, imoral, indecente e ilegal!”, ale­gam os criminalistas.

A segunda flechada de Janot é dividida em duas partes. A primeira atinge o “quadrilhão” do PMDB e acusa, além de Michel Temer, seu ex-ministro Geddel Vieira Lima, seu ex-as­sessor especial Rodrigo Rocha Loures, seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Morei­ra Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e os ex-presidentes da Câmara, Eduardo Cunha e Henrique Alves.

Segundo a denúncia, eles praticaram ações ilícitas em troca de propina por meio de diversos órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Cai­xa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados. Janot atribuiu ao presidente a liderança da organização criminosa desde maio de 2016.

Na segunda parte, Temer é acusado pelo crime de obstru­ção de Justiça, por supostamen­te tentar barrar a delação pre­miada do doleiro Lúcio Funaro. A denúncia aponta que o pre­sidente instigou o empresário Joesley Batista, da JBS, a pagar, por meio do executivo da J&F Ricardo Saud, vantagens a Ro­berta Funaro, irmã de Lúcio.

A defesa de Temer afirma à Câmara que membros do Mi­nistério Público Federal, lidera­dos por Janot, “tramaram” com Joesley, Saud e “outros também confessos criminosos integran­tes de seu bando para construir uma acusação a ser formulada contra a autoridade máxima do País”. Para os advogados, a acu­sação tem como “linha mestra” a criminalização da política.

“Em busca do alvo estabe­lecido, praticaram-se inúmeras ilegalidades, inclusive crimes; feriram-se preceitos morais e éticos; rasgaram-se normas de conduta social, tudo sob o pá­lio do combate ao crime, o qual estaria inoculado no seio dessa Casa de Leis”, afirmam os cri­minalistas. Segundo a defesa, Janot “almejava ardentemente” a deposição de Temer.

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