18 de abril de 2024 | 21:11
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FLÁVIA FREITAS
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Cultura

Terror psicológico traz o pior do ser humano à tona

Em um ano inusitado como 2020, em que os eventos foram cancelados ou tiveram que ser remanejados para acontecer de forma online, Numezu, do escritor Jorge Alexandre Morei­ra, foi duplamente consagrado. Venceu o prêmio Aberst 2020 (Associação Brasileira de Escri­tores de Romance Policial, Sus­pense e Terror), uma das mais importantes premiações da lite­ratura de terror e suspense na­cionais, e se classificou entre os 10 finalistas do Prêmio Jabuti, o mais famoso prêmio literário do Brasil, na categoria Roman­ce de Entretenimento.

Jorge reforça a importân­cia desse reconhecimento. “É a primeira vez que um livro de terror é finalista do Jabuti. Isso reflete uma valorização da literatura de entretenimen­to, inclusive, com a criação dessa categoria no prêmio. É maravilhoso estar entre os finalistas e ver a literatura de entretenimento, particular­mente, a de terror, que sempre foi tão marginalizada e que, ao mesmo tempo, é apreciada por tanta gente no Brasil e no mundo, começando a ter seu justo lugar reconhecido”.

Numezu
Mais do que um livro de terror, Numezu é um mergu­lho nas sombras do compor­tamento humano. A história traz Laura e Raoul, um casal em crise, isolado num barco e que encontra uma antiga estatueta – a imagem de uma entidade perversa, ardilosa, que manipula as fragilidades humanas para conseguir li­berdade. Agora, os fantasmas pessoais, desejos secretos e disputas de poder que já as­sombravam Laura e Raoul ganharão um componente violento e sombrio.

Sexo, violência, drogas, terror. Numezu é um livro tenso, claustrofóbico, não destinado aos estômagos fra­cos. Mesmo transitando pelo sobrenatural, ele não nos deixa esquecer que os piores monstros são humanos. Uma leitura de tirar o fôlego, do começo ao fim.

O autor
Jorge Alexandre Moreira lançou seu primeiro livro em 2003, quando quase ninguém falava em literatura de terror independente no Brasil. Escu­ridão, um romance ambien­tado na Amazônia, tem um conflito entre Brasil e EUA como pano de fundo e foi considerado por diversos sites como um dos melhores livros de terror já publicados no Brasil. Uma temática atual e, ao mesmo tempo, atemporal.

Leitor voraz desde os pri­mórdios da infância, é de­voto de Stephen King, Clive Barker, Rubem Fonseca e Jor­ge Amado. Em 2018, lançou Parada Rápida, um thriller sobre o desaparecimento de uma mulher em um posto de gasolina, durante uma viagem. Parada Rápida tem mais de 2.000 downloads na Amazon e nota 4,5 na avalia­ção dos leitores.

Participou do Ghost Story Challenge e das antologias Confinados e Numa Floresta Sombria e, este ano, lançou Numezu.

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