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18 de abril de 2024 | 18:09
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Todos pela erradicação da poliomielite

Enquanto as pessoas retomam suas atividades rotineiras, os profis­sionais da saúde continuam na incansável missão de lutar contra todas as doenças e sensibilizar a população sobre formas de prevenção. Entre os vários desafios, um dado preocupante é a baixa adesão às campanhas de vacinação de rotina, sendo que somente no ano passado 23 milhões de crianças não receberam as vacinas básicas.

“Enquanto os países clamam para colocar as mãos nas vacinas contra a covid-19, retrocedemos com outras vacinas, deixando as crianças em risco de doenças devastadoras, mas evitáveis, como sarampo, poliomieli­te ou meningite”, informou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. Ele fez um duro alerta. “Vários surtos de doenças seriam ca­tastróficos para as comunidades e sistemas de saúde que já lutam contra a covid-19, tornando mais urgente do que nunca investir na vacinação infantil e garantir que todas as crianças sejam alcançadas”.

Historicamente o Brasil tem ótima estrutura e sistema de vacinação. Enquanto vários países enfrentam situações econômicas, climáticas, conflitos armados, além de entraves políticos, religiosos e ideológicos, aqui vacinas contra difteria, tétano, coqueluche e sarampo, entre outras, estão disponíveis nas 42 mil Unidades de Saúde em todo país. Um exem­plo é no combate à paralisia infantil.

A geração pós Zé Gotinha não sentiu na pele, assim ignora os male­fícios da poliomielite, geralmente conhecida por pólio, doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus selvagem que destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços, mas também pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, causando a morte.

Em 1988 surgiu uma ação global para a Erradicação da Pólio lide­rada pela Organização Mundial de Saúde – OMS, governos nacionais, Rotary International, Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e parceiros-chave, como a Fundação Bill & Melinda Gates. O enorme esforço coletivo reduziu o número de casos em mais de 99% e projeções apontam que 1,5 milhão de mortes na infância foram evitadas e mais de 16 milhões escaparam da paralisia.

Mas é cedo para comemorar, pois a transmissão endêmica continua no Afeganistão e no Paquistão. Com o grande trânsito de pessoas entre países, estima-se que milhares de casos podem eclodir pelo mundo. Além da qualidade de vida, erradicar a pólio trará consequências financeiras com economia de até US$ 50 bilhões, principalmente em países de baixa renda.
A erradicação de doenças é tarefa coletiva que se inicia com os cien­tistas que desenvolvem diversas tecnologias, incluindo as vacinas.

Compete aos governantes o financiamento da estrutura física, profis­sional e logística, restando aos familiares e responsáveis a simples tarefa de levar suas crianças à UBS mais próxima. A sociedade civil organizada pode colaborar de várias maneiras e uma atuação que merece destaque é do Rotary cujos associados doaram mais de US$ 2,1 bilhões e incontá­veis horas de trabalho para proteger cerca de três bilhões de crianças da paralisia infantil em 122 países. Os esforços de sensibilização dos rota­rianos também contribuíram para motivar governos de diversos países, os quais destinaram mais de US$10 bilhões à causa.

Iniciando as comemorações do Dia Mundial de Combate à Poliomielite, o Rotary realiza neste sábado, dia 16/10, às 11h00 o TELEPOLIO 2021, evento para conscientização e arrecadação de fundos, que terá como apresentador Michel Teló, cantor e filho de rotarianos, que contará com painel de especialistas em saúde entre os quais os infectologistas Renato Kfouri, Margareth Dalcolmo e Rosana Richtmann, além de celebridades da música, TV e esportes, como o Coral dos Canarinhos de Petrópolis, o jornalista Boris Casoy, a atriz Rita Guedes e a medalhista olímpica Rebeca Andrade.A ação coin­cide, ainda, com o chamado “Dia D” da vacinação quando as UBS’s disponibilizarão 18 tipos de vacinas para que os menores de 15 anos atualizem suas cadernetas.
Além de levar seus familiares para a vacinação, você também pode acompanhar a atividade que será transmitida em https://youtu.be/fe_8VQlBbCo

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