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19 de março de 2024 | 7:39
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Transferir a responsabilidade é crime

Mesmo em países mais evoluídos, a pandemia do coro­navírus causou impactos significativos na educação básica, pois o ensino remoto nunca tinha sido pensando nesta fase da educação. No Brasil mentes “brilhantes”, que andam ao reboque dos defensores do deus mercado, e querem acabar com a educação pública, apresentaram recentemente a pro­posta indecorosa para que parte do ensino médio fosse feito a distância, com o único intuito de aumentar o faturamento nas redes privadas, e cortar os investimentos das redes públicas.

A Alemanha que é considerada um país evoluído, também teve dificuldade com o ensino remoto, pois havia uma parcela de estudantes que não tinham acesso à internet de alta resolução, e nem possuíam computadores, pois a meninada se liga mais nos celulares. Mas este problema foi resolvido com rapidez, pois os governos locais compraram tabletes de última geração, com internet, e emprestaram para os alunos poderem acompanhar o ensino remoto, coisa que por aqui não aconteceu.

Alguns estudos apontam que as crianças e adolescentes, até o momento, não estão sendo afetados significamente pelo vírus, e por conta disso querem acelerar a abertura das escolas, mesmo com o País estando numa ascendente da curva de contaminação, e essa pressão vem principalmente das redes privadas, e por afini­dade, alguns governadores e prefeitos estão aderindo a essa ideia. Acontece que os estudos em questão revelam o momento, no entanto há também estudos que preveem um aumento significa­tivo de contaminação e mortes entre crianças e adolescentes, se as escolas forem reabertas neste momento.

À volta das aulas só deveriam ser iniciadas em etapas, e o momento de reabertura das escolas deve ser orientado por análises epidemiológicas que indiquem redução contínua de novos casos de covid-19 e redução da transmissão comunitá­ria da doença. E isso só acontece na fase verde, e não na fase laranja ou amarela. No entanto o governo de São Paulo num faz de conta que é a máxima dos governantes deste País, apre­senta um plano para que as aulas presenciais sejam iniciadas no dia 08 de setembro na fase amarela é uma temeridade.

O enredo está definido, só falta escolher o samba. Os grandes empresários da educação básica, já estão se mobi­lizando e pressionando o governo de São Paulo, através da Secretaria Estadual de Educação para que as aulas retornem neste momento, quando a pandemia está em ascensão, e para isso estão laçando mão do velho dom de iludir. O prefeito de São Paulo, como um bom tucano passou para as famílias a responsabilidade pelas consequências da volta das aulas neste momento, pois elas vão ter que autorizar, assumindo todos os riscos, e desse modo livrando o seu governo das responsa­bilidades pelas mortes que irão ocorrer, e tudo que acontecer com os educandos e suas famílias será de responsabilidade das mesmas – é uma vergonha, pois quem deveria proteger a sociedade está lavando as mãos. E neste caso transferir a responsabilidade é crime.

Infelizmente a desinformação e as notícias falsas tomaram conta do cotidiano brasileiro, impulsionadas principalmente pelo presidente da República, e neste contexto diabólico os pais e responsáveis são chamadospara decidir sobre a vida ou a morte dos seus filhos e familiares que fazem parte do grupo de risco, naturalizando uma situação inimaginável em uma democracia. Acontece que a democracia só se efetiva com uma educação básica que forme os educandos na cidadania, pois não há outro caminho fora da educação.

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