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18 de abril de 2024 | 14:09
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Três servidoras depõem em CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Ambu­lâncias, instalada na Câmara de Vereadores para investigar o contrato de locação – sem licitação – de quatro viaturas pelo período de quatro meses, no valor de R$ 1.103,419,27, ouviu mais três servidoras da Secretaria Municipal da Saúde nesta terça-feira, 26 de maio.

Prestaram depoimento à comissão as servidoras Jane Aparecida Cristina – assistente do secretário Sandro Scarpe­lini –, Margarete Marim Co­rat – agente administrativa da Divisão de Gerenciamento da pasta – e Heloísa Helena de Almeida Batista – diretora do Departamento Administrativo e Financeiro. Apesar de ser re­alizada por videoconferência, as servidoras e o presidente da comissão, Orlando Pesoti (PDT), estavam presentes no plenário da Câmara.

A CPI das Ambulâncias é presidida por Orlando Pe­soti (PDT) e composta tam­bém por Alessandro Maraca (MDB, vice-presidente), Re­nato Zucoloto (Progressistas), Jean Corauci (PSB), Paulo Mo­das (PSL) e Marinho Sampaio (MDB). A primeira a ser ouvi­da foi a assistente do secretário. Ela confirmou que solicitou, em 21 de março, a inclusão da empresa SOS Urgência Médica no processo de locação.

No mesmo dia, entrou em contato, por celular, com o proprietário da empresa, Ani­bal Carneiro, fornecendo a estimativa de preços. Em seu depoimento, a diretora do de­partamento, Heloisa Helena Almeida, disse que não é ha­bitual o fornecimento destes dados. Os vereadores também questionaram as três depoen­tes a respeito da modificação efetuada no empenho da loca­ção das ambulâncias.

Isso porque, segundo a CPI, foi alterada a origem de verba, da esfera federal para a estadual. A agente de adminis­tração Margarete Marim Corat argumentou que, originalmen­te, os recursos eram destinados ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas que por orientação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), toda a despesa destinada ao combate à covid-19 deveria ser empe­nhada como verba específica para este fim.

Em 14 de abril, a prefeitura de Ribeirão Preto fez uma alte­ração no contrato de locação e a origem das verbas utilizadas para o pagamento do contrato, que antes era o governo federal, passou a ser do estadual. A CPI vai oficiar a Secretaria Munici­pal da Fazenda sobre a deter­minação e necessidade da mu­dança da origem do repasse.

A respeito das novas am­bulâncias que a prefeitura re­cebeu no início deste ano, a di­retora administrativa informou que elas ainda estão em fase de regularização dos documentos e do seguro. Questionada se re­almente haveria necessidade da locação dos veículos, a secretá­ria adjunta defendeu que é ne­cessário ter viaturas substitutas e que a equipe de funcionários da prefeitura não seria sufi­ciente para o atendimento. Os gastos com horas extras seriam maiores do que o contrato com a empresa terceirizada, explica.

Na primeira oitiva, reali­zada na quinta-feira (21), fo­ram ouvidos dois servidores da secretaria, Marcela Santos Cândido Costa, agente admi­nistrativa que participou do processo de locação da viatu­ras, e José Ricardo Magallini, motorista do Samu – ele tam­bém trabalha como atendente na SOS Emergência Médica.

As denúncias de eventuais irregularidades também estão sendo investigadas pelo Minis­tério Público Federal (MPF). Em 11 de maio, a Polícia Fede­ral realizou busca e apreensão de documentos na Secretaria Municipal de Administração, na da Saúde, na sede da empre­sa contratada e na casa de um de seus sócios para recolher documentos.

A Secretaria da Saúde tem afirmado que todo processo seguiu as orientações do Tri­bunal de Contas do Estado e do Ministério Público Estadual (MPE). Diz que o contrato de prestação de serviços das am­bulâncias privadas foi realiza­do com a finalidade exclusiva para atendimentos de remoção e transporte de pacientes entre unidades de saúde e hospitais, assim como altas hospitalares e residências e os chamados não urgentes, durante a pandemia de covid-19.

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