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20 de abril de 2024 | 6:55
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Tudo como sempre foi; nada de novo!

Santo Agostinho dizia que o sofrimento melhorava o ser humano, no entanto os sofrimentos seculares que a humanida­de já experimentou, não resultaram na evolução. Mas a espe­rança de que isso aconteça está sempre no âmago de uma par­cela da população. E nesta esteira alguns sonhadores acharam que a pandemia do coronavírus iria transformar as pessoas, que teríamos seres humanos melhores – ledo engano.

O isolamento social impingido pela pandemia do coro­navírus, que nos países evoluídos foi algo natural, em países como o Brasil, cujo presidente age de maneira obtusa e abjeta, transformou a epidemia em objeto de polemica e desinforma­ção, que já causou milhares de mortes, e pela atitude presi­dencial irresponsávelvai continuar acontecendo.

E este ambiente contaminado pelo vírus, ganhou novos ingredientes – a intolerância e a falta de empatia. O fechamento das escolas da educação básica desnudou a hipocrisia existen­te na maioria das escolas, que vende a ideia de um ambiente harmonioso, onde o relacionamento entre equipe gestora, professores, alunos e seus familiares, são os melhores possíveis, e os conflitos entre a equipe gestora, professores, alunos e seus familiares são resolvidos com muita conversa, sempre visando o melhor resultado para os educandos. Não é bem assim.

Como a escola básica, principalmente a pública mantém profundos vínculos com o século 19, pois não acompanhou a evolução tecnológica, tendo até hoje o mesmo modelo de sala de aula com carteiras enfileiradas, com o professor (a) isolado (a) na frente da sala, sendo o único detentor dos saberes. E esse modelo carcomido gera prejuízos tanto para os alunos, quanto para os professores. E os conflitos, diferentemente do que é propalado, não são resolvidos – vão para debaixo do tapete. Mas as redes sociais expuseram de maneira virulenta as chagas que nunca cicatrizaram.

A política canalha do presidente, querendo estabelecer uma dicotomia entre economia e vidas não se sustenta, pois as duas estão imbricadas. Os debates que estão sendo realizados em nossa cidade, com a participação de todos os atores, sobre quando as aulas devem retornar, segue a lógica da preservação da vida como única preocupação, mesmo contra os interesses políticos e econômicos que remam em sentido contraria.

O Brasil é signatário das melhores leis mundiais que regem a educação básica, no entanto não produzem seus efeitos no chão da escola. A lavagem pública de roupas sujas entre pais e professores, nas redes sociais, que expõe as dificuldades que ambos têm para conduzirem a educação dos educandos, mos­tra que devemos percorrer novos caminhos e unirmos forças para cumprir o artigo 205° da nossa Constituição, que diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Escola é lugar de aprender e praticar a cidadania. Aquela velha dicotomia que diz: “educação formal é exclusividade da escola, e educação informal exclusividade da família” não cabe mais nos dias de hoje. O momento agora é de unir for­çase transformar a escola pública, mesmo contra os reacioná­rios, que querem manter tudo como sempre foi. Não vamos seguir a procissão – é hora de mudar!

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