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20 de abril de 2024 | 4:17
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Um pouco do Rei do Rock em RP

Fabiano Ribeiro

Um sebo musical, mas também pode ser considerado um pequeno museu da música ou no mínimo um ponto de encontro para os nostálgicos. Estamos falando da The Pelvis Discos, uma loja no Centro de Ribeirão Preto, que muitas vezes não chama a atenção da maioria das pessoas que pas­sa pela rua Duque de Caxias, por conta da fachada simples e humilde.

Há um público fiel e cons­tante, os amantes do vinil, de raridades. Mas quem entra pela primeira vez e que viveu o auge dos discos, se impres­siona e pode ter lembranças de várias épocas. Os vinis são a maioria, mas há CDs, DVDs e fitas K7. O local tem decoração com pôsteres e cartazes de dis­cos, filmes e artistas dos Anos 90, 80, 70 e até anteriores. Uma viagem no tempo. Impossível ficar apenas alguns minuti­nhos. Garimpar esses produtos é quase que obrigatório.

Tony Elvis e uma das raridades na loja

Um dos diferenciais da loja é o proprietário, o ex-bancário Antônio Fernandes Batista, de 68 anos. Falar esse nome em Ribeirão Preto é sinal de ano­nimato, mas se o chamarem de Tony Elvis, a história muda.

Tony Elvis é um dos perso­nagens na história recente do Centro de Ribeirão Preto. Um pouco pela humildade, pelo seu carisma e talvez muito pelo seu conhecimento musical e amor ao Rei do Rock, Elvis Presley. Daí surgiu o apelido.

“Você veio aqui para fa­lar sobre o Elvis? Hoje (8 de janeiro, dia da entrevista) ele completaria 85 anos”. Explico que foi uma feliz coincidência. Tony conta a sua história, que praticamente é relacionada ao amor pela música. Conhece muito de artistas e músicas.

“Desde pequeno gostava de música, de ver os artistas que se apresentavam em circo, de ouvir rádio. Nasceu comigo”.

Luiz, irmão de Tony, ajuda a garimpar por LPs raros

A paixão pelos discos foi consequência. “Eu trabalhei 17 anos no Itaú (banco) e quando tinha que ir para São Paulo, eu deixava de comer para com­prar discos. Os amigos espe­ravam e eu sempre trazia algo. Sempre colecionei também”.

A ideia de montar o sebo surgiu com a saída do banco. “Um amigo que já morreu, o Cesar Henrique Tomazini, me ajudou muito. Ele me in­centivou em tudo. Disse que eu gostava e conhecia música, que deveria montar o sebo. Eu topei na hora. Depois aju­dou com o nome, eu pensava em nomes que lembrassem a Jovem Guarda, como splish splash, mas ele me orientou a usar meu nome, que já era co­nhecido. Mais uma vez ele es­tava certo”, relembra.

O sebo foi montado em 1996, na rua Barão do Ama­zonas. Hoje o estabeleci­mento ainda vende roupas e artigos voltados ao rock, mas é administrado por um dos filhos. Posteriormente, em 2004, mudou-se para a Du­que de Caxias.

A loja praticamente nunca está vazia. Amigos dele apa­recem para conversar, tomar café. “Fiz até um balcão para recebê-los. Aqui o tempo passa rápido”, diz.

Tony conta que sempre tem novidades e raridades. “A gente compra os discos em lo­tes e sempre aparecem coisas diferentes”. Ele fala que só se arrepende de uma venda. Um disco do Elvis, de 1956. “Esse eu me arrependo mesmo, mas o cara fez uma oferta irrecusá­vel. Mas se pudesse voltar ao tempo, não venderia”, ri.

Elvis, Beatles, Iron Mai­den, Rolling Stones e discos sertanejos, os chamados raiz, são os que mais vendem. “Mas temos discos de muita gente. É só olhar”.

No tempo em que ficamos conversando e garimpando discos, muitos clientes apare­ceram e colocaram os LPs em uma vitrola. Um atrativo para quem sente saudades dos ruí­dos, do pegar o braço da agu­lha e colocar na faixa desejada, de trocar o lado A pelo B.

Além dele, o irmão Luiz e o filho Daniel Elvis (nome em homenagem a Elvis Presley), o ajudam na loja, orientado e conversando com os clientes. “Aqui é assim o dia inteiro. Eu não me vejo fazendo outra coi­sa. Fico feliz quando abro a loja e vou ficando triste quando te­nho que fechar. Meu mundo é aqui”, finaliza.

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