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18 de abril de 2024 | 14:31
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Uma paz ruim é melhor do que uma boa guerra

Em uma edição recente deste jornal, o Embaixador do Azerbaijão fez um esforço para justificar a agressão de seu país – a guerra mais feroz por enquanto do século XXI – con­tra Nagorno-Karabakh. A propaganda pouco sofisticada do artigo requer alguns esclarecimentos.

As resoluções da ONU foram adotadas há quase 30 anos e refletiam a situação existente na época. Os armênios atende­ram à sua principal exigência: cessar as operações militares e se comprometer com a resolução pacífica do conflito. É o Azerbaijão quem viola as resoluções ao rejeitar as negocia­ções e iniciar guerras. Os mediadores internacionais, EUA, França e Rússia, nunca mencionam as resoluções e não as aceitam como parte de sua metodologia para a resolução do conflito. São usadas exclusivamente pela propaganda oficial do Azerbaijão.

A resolução da Assembleia Geral de 2008 não tem força vinculativa. Foi apoiado apenas pelos países muçulmanos porque o Azerbaijão sempre apresentava o conflito como uma guerra religiosa entre a Armênia cristã e o Azerbaijão muçulmano. Azerbaijão está sustentando esta impressão ao importar milhares de terroristas islâmicos para lutar em Nagorno-Karabakh, um fato que foi comprovado em várias ocasiões pelos presidentes da França e Rússia, pelos serviços de segurança russos e americanos, pelo Departamento de Defesa dos EUA e outras fontes confiáveis.

As palavras do primeiro-ministro da Armênia são citadas fora do contexto. O que ele disse foi que Artsakh é uma parte da antiga pátria armênia, fato histórico inegável encontrado em qualquer enciclopédia. O mesmo vale para as palavras do Ministro da Defesa, que disse que se o Azerbaijão iniciar uma nova guerra, será uma guerra na qual poderá perder novos territórios.

Os habitantes de Nagorno-Karabakh não são cidadãos do Azerbaijão, eles rejeitaram essa opção em um referendo legítimo em 1991. Durante as últimas três décadas, uma nova geração emergiu em Nagorno-Karabakh, em um estado democrático e uma sociedade livre. Dificilmente aceitarão ser cidadãos de uma autocracia ditatorial governada por uma família conhecida por sua corrupção e práticas opressoras. É totalmente cínico que o Azerbaijão os chame de seus cida­dãos enquanto bombardeando-os constantemente. Será que os drones sobre suas cabeças convencerão os armênios de um futuro melhor sob o governo do Azerbaijão?

A história recente do Azerbaijão provou em mais de uma ocasião que os armênios não podem ter nenhuma garantia de segurança no Azerbaijão. O povo de Nagorno-Karabakh enfrenta uma ameaça existencial da intenção genocida do Azerbaijão que quer territórios, mas não o povo que vive neles há três milênios.

A Armênia acredita firmemente que o conflito em torno de Nagorno-Karabakh não tem solução militar e assim é também a posição unânime da comunidade internacional. Quanto mais cedo a liderança do Azerbaijão entender isso, mais vidas preciosas serão salvas de ambos os lados.

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