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20 de abril de 2024 | 6:53
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União em tempos de grandes desafios!

A pandemia que surpreendeu a humanidade sem dó nem piedade, descortinou em proporções talvez nunca antes percebidas, a solidarieda­de, o cuidado pelo outro, a fraternidade e a união em tempos de grandes desafios! De repente todos se sentiram chamados a partilharem de sua pobreza! Incontáveis são as iniciativas de pessoas e grupos unidos para estender a mão àqueles que têm menos, ou que vão perdendo o pouqui­nho que ainda possuíam.

No primeiro ano da pandemia empresas renomadas ocupavam espaços nobres, especialmente de telejornais, para divulgarem sua participação solidária, doando fortunas em cestas básicas, insumos e doações de toda na­tureza jamais vistos em tempos de “não pandemia”! Tratava-se de uma soli­dariedade remunerada, já que mostrar em horários nobres de televisão o bem realizado, era também, uma forma sutil de divulgar a existência de empresas de grande porte, que finalmente partilhavam de suas riquezas.

Outras milhares de entidades, centenas de milhares de grupos de pesso­as, continuam a cuidar e amenizar a dor da fome, a dor do emprego perdido, a dor do luto dos que devolveram seus ente queridos, ceifados pelo vírus tão cruel, invisível e impiedoso para com as pessoas do mundo todo.

Número não menos expressivo de entidades continua sua missão na promoção da vida e da dignidade de seus assistidos, mesmo antes da Pandemia. Poderia elencar incontáveis delas. Mas me atenho à que conheço, a entidade que me tem como voluntário há oito anos. É o FAC – Fraterno Auxílio Cristão da cidade de Ribeirão Preto.

Desde o início da pandemia o FAC seja em sua Sede Central na Rua Barão do Amazonas, 881, seja no Núcleo de Solidariedade Dom Bosco na Rua Imigrantes Japoneses, 1065 no Parque Ribeirão Preto, a cada vinte dias, conseguiu assistir às crianças, adolescentes, jovens e suas famílias, com a manutenção de cestas básicas, material de limpeza, de higiene pessoal e principalmente de atividades pedagógicas, como artesanato, inclusão digital entre outras, para mantê-los em suas casas, a maioria em seus “barracos” que chamamos de lar!

Coordenada pela Ana Abe, a Equipe do FAC não parou nenhum dia para assistir as mais de duzentas e sessenta pessoas que lhes são confiadas. Muitas vezes sem recursos suficientes, na véspera de entregar as cestas básicas, sem nenhuma ter chegado, a Providência Santíssima enviava algum dos tantos Anjos Bons que não deixaram o FAC fechar as mãos, o coração e muito menos as portas para aqueles que dele depen­dem em sua sobrevivência.

A equipe de monitoras, assistente social, colaboradores de inúmeras áre­as, como artesanato, música, teatro entre outras, visitaram, acompanhadas da coordenadora geral do FAC as residências para onde foram remetidas as doações todas. Falar em “distanciamento social” para aquelas famílias que vivem em três cômodos, amontoando entre sete e dez pessoas, é irreal.

Mesmo assim a equipe com paciência, sabedoria e elegante genero­sidade foi orientando o possível necessário para que um cuidasse do ou­tro. Como que se Deus se debruçasse sobre os barracos, com a largueza de Seu coração, todos até hoje, se encontram protegidos, alimentados, bem orientados quanto à união em tempos de grandes desafios!

Nossa gratidão, em primeiro lugar se remete ao Deus de Bondade que nunca nos abandonou. À Coordenação Geral do FAC na pessoa da Ana Abe e toda sua magnífica equipe, ao nosso arcebispo metropolitano, Dom Moacir Silva, que sempre apoiou e colaborou com o FAC, ao Con­selho Diretor, e sobretudo aos parceiros todos, que formam um corpo conosco, sem nem mesmo quererem ser identificados.

Não canso de ouvir dos doadores a seguinte frase: “Não fale meu nome, gostaria de continuar ajudando sem divulgar o bem que faço”. Diferentemente daquelas grandes empresas, divulgadas em horários no­bres de telejornais de emissoras de televisão, nossos parceiros não doam esperando resultados e recompensas pessoais, a não ser que Deus os recompense e abençoe grandemente, nestes tempos de grandes desafios e em tempos vindouros.

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