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28 de março de 2024 | 7:39
Jornal Tribuna Ribeirão
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Saúde

Vacina de Oxford é promissora em idosos

A potencial vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, produziu uma for­te resposta imune em adultos mais velhos, indicam dados publicados nesta quinta-feira, 19 de novembro, com os pes­quisadores afirmando que es­peram divulgar os resultados dos testes com a vacina em es­tágio avançado até o Natal.

Os dados, parcialmente di­vulgados no mês passado, mas publicados na íntegra na revista médica The Lancet, sugerem que pessoas com mais de 70 anos, que têm maior risco de ficarem graves ou morrerem da covid-19, podem criar uma imunidade robusta.

“As respostas robustas de anticorpos e células T vistas em pessoas mais velhas em nosso estudo são encorajado­ras”, diz Maheshi Ramasamy, consultor e co-investigador do Grupo de Vacina de Oxford. “Esperamos que isso signifi­que que nossa vacina vá ajudar a proteger algumas das pesso­as mais vulneráveis em nossa sociedade, mas mais pesquisa é necessária antes que possa­mos ter certeza”, acrescenta.

Os testes em estágio avan­çado, ou de fase 3, estão em an­damento para tentar confirmar essas descobertas, disseram os pesquisadores, e para testar se a vacina protege da infec­ção pelo vírus Sars-CoV-2 em uma ampla gama de pessoas, incluindo com problemas de saúde subjacentes.

Os resultados desses tes­tes devem definitivamente ser conhecidos até o Natal, disse o diretor do Grupo de Vacinas de Oxford, Andrew Pollard, acres­centando que ainda é muito cedo para saber se a vacina fun­ciona na prevenção da covid-19. “Ainda não chegamos a esse ponto. Obviamente não vamos apressar isso”, disse ele à Rádio BBC, do Reino Unido. “Estamos nos aproximando, e definitiva­mente será antes do Natal, base­ado no progresso que temos.”

A candidata a vacina Ox­ford/AstraZeneca está sendo testada no Brasil em estudo liderado pelo Universidade Fe­deral de São Paulo (Unifesp). O Ministério da Saúde fez acordo com a farmacêutica para adqui­rir doses da vacina e para a pro­dução dela no Brasil pela Funda­ção Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A candidata a vacina, cha­mada de AZD1222 ou ChA­dOx1 nCoV-19, já esteve entre as líderes nos esforços globais para desenvolver um imu­nizante que proteja contra o novo coronavírus. Mas as far­macêuticas Pfizer, BioNTech e Moderna tomaram a frente nos últimos dez dias, divulgan­do dados de testes em estágio avançado que mostraram efi­cácia superior a 90% de suas candidatas.

Ao contrário das vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna, que usam uma nova tecnolo­gia chamada RNA mensagei­ro (mRNA), a candidata da AstraZeneca usa a tecnologia de vetor viral, feita de uma versão enfraquecida de um vírus comum de gripe en­contrado em chimpanzés. Os testes em fase 2 publicados na The Lancet envolveram 560 voluntários saudáveis.

Destes, 160 têm idades en­tre 18 e 55 anos, 160 de entre 56 e 69 anos e 240 com mais de 70 anos. Os voluntários re­ceberam duas doses da vacina ou de um placebo e nenhum efeito colateral grave relacio­nado à vacina foi relatado, disseram os pesquisadores. A AstraZeneca assinou vários acordos para fornecimento da vacina com empresas e gover­nos ao redor do mundo.

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