Em ritmo de recuperação, as vendas nas lojas de Ribeirão Preto cresceram pelo terceiro mês consecutivo, aponta levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV) mantido pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). Segundo a pesquisa, em agosto a alta média foi de 12,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em julho, a variação positiva foi de 2,88%, e, em junho, o crescimento foi de 4,83%. A alta de agosto foi puxada pelas vendas do Dia dos Pais, a primeira data comemorativa entre as mais importantes para o setor em que as lojas puderam atender o público com mais de 40% da capacidade (80%, o dobro) e com horário estendido até a meia-noite.
Segundo estimativa do CPV à época, o consumidor ribeirão-pretano deveria gastar 25% a mais na compra do presente dos Dia dos Pais, celebrado em 8 de agosto. A previsão de alta teve por base o aumento generalizado de preços desencadeado pela crise de covid-19. O comércio de Ribeirão Preto projetava aumento de vendas entre 4% e 6%, em comparação com o mesmo período de 2020. O tíquete médio era estimado em R$ 200.
“Com a vacinação mais a recuperação dos empregos e da renda, aos poucos os consumidores estão voltando às compras”, diz Diego Gali Alberto, pesquisador e coordenador do CPV. “Enquanto muitos ainda estão cautelosos por conta do endividamento, outros estão segurando um pouco mais os gastos agora para poder comprar presentes melhores no fim do ano”, analisa.
Emprego
Em agosto, a média de variação entre vagas abertas e fechadas teve aumento de 0,59% em relação ao mês anterior. Considerando a margem de erro da pesquisa, o resultado reflete uma manutenção da estabilidade já verificada nos meses de julho e junho, com projeção de aumento nas contratações para o fim do ano.
O último trimestre de 2021 promete trazer alento para inúmeros desempregados brasileiros. Devido às datas sazonais como Dia das Crianças, Black Friday e Natal, a geração de vagas formais por meio do trabalho temporário – no formato da lei federal número 6.019/74 e do decreto nº 10.060/2019 – deve crescer cerca de 20% com relação ao mesmo período de 2020, segundo previsão da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).
A entidade aponta que nos meses de outubro, novembro e dezembro devem ser disponibilizadas mais de 565 mil vagas temporárias, diante das 471.300 vagas de 2020. “Trata-se de uma projeção cautelosa devido à insegurança econômica que as empresas ainda enfrentam por causa da pandemia da covid-19”, afirma o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu.
Segundo a Asserttem, 60% das contratações temporárias deste último trimestre serão impulsionadas pela indústria (339 mil), seguido de 25% do setor de serviços (141,3 mil) e 15% pelo comércio (84,7 mil). “Apesar da reabertura, o comércio segue cauteloso com relação às contratações. Porém, ainda há uma oportunidade de alta, visto que o setor que está desabastecido de trabalhadores devido à pandemia”, frisa Abreu.
Índice de Confiança
A pesquisa também perguntou aos lojistas sobre qual seria a expectativa para o futuro dos negócios até o fim de 2021, portanto, no curto prazo. Numa escala de 1 a 5, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança Sincovarp/CDL ficou em 3.18, considerado intermediário. Em julho, o indicador foi de 3.5, e, em junho, de 3.8.
“Embora as vendas apresentem recuperação, ainda paira uma insegurança principalmente pelo clima de incerteza política somado ao aumento de preços resultante da crise socioeconômica desencadeada pela pandemia de covid-19. São fatores que de alguma forma ‘contaminam’ a expectativa dos empresários que lutam para que a retomada seja cada vez mais rápida”, conclui o pesquisador.