A Secretaria Municipal da Saúde anunciou nesta sexta-feira, 29 de julho, mais três casos de varíola dos macacos (monkeypox) em Ribeirão Preto, que agora soma sete ocorrências – já são nove na região metropolitana, as outras duas são de Sertãozinho.
Até o momento, todos os pacientes apresentam quadro clínico sem sinais de agravamento da doença. Seis ainda seguem em monitoramento. Todos os pacientes foram mantidos em isolamento domiciliar e seus comunicantes permanecem em monitoramento.
Homens jovens
São todos do sexo masculino, adultos jovens. Apenas três dos sete infectados têm histórico de viagem, sinal de que a cidade já pode ter transmissão comunitária do vírus hMPXV (sigla para Human Monkeypox Virus). Ou seja, quando não há mais como identificar o local onde a pessoa foi infectada – indício de que o vírus já circula entre as pessoas da localidade.
O critério de confirmação dos casos foi laboratorial e todos os exames foram realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, segundo nota da pasta distribuída à imprensa nesta sexta-feira. No dia 13, o secretário municipal da Saúde, José Carlos Moura, anunciou os dois primeiros casos da varíola dos macacos em Ribeirão Preto. Os pacientes viajaram para a Europa e São Paulo.
Adolfo Lutz
Os três testes foram feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, que confirmou a infecção pelo vírus monkeypox. A primeira suspeita começou a ser investigada no dia 8 e a outra em 11 de julho. O monitoramento abrange também os contactantes – familiares, amigos e colegas de trabalho.
Seis dos sete pacientes permanecem em isolamento durante o período de incubação do vírus, que é de 21 dias. As pessoas com sintomas da doença devem procurar os postos de saúde. Os infectados só podem sair de casa sob orientação médica.
Neste caso, o uso de máscara é recomendável para evitar a transmissão do vírus. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, “todos os pacientes estão com boa evolução do quadro e são acompanhados pelas vigilâncias epidemiológicas dos seus respectivos municípios, com o apoio do Estado”.
A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato próximo/ íntimo com lesões de pele de pessoas infectadas, como por exemplo abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias. Também poderá ocorrer por meio de secreções em objetos, tecidos (roupas, toalhas, roupas de cama). A transmissão através das gotículas usualmente requer contato mais próximo entre o paciente e outras pessoas.
Estado
De acordo com a pasta, já são 818 casos de varíola de macacos no estado de São Paulo, 672 na capital. O Ministério da Saúde diz que são 970. Entre eles estão três crianças, duas de 6 anos e uma de 4 anos, todas paulistanas, e outros três adolescentes, dois de 14 anos e um de 13 anos, dois da cidade de São Paulo e um de Osasco.
OMS
A varíola dos macacos foi declarada emergência de saúde pública de interesse internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no sábado (23). A decisão foi tomada baseado no aumento de casos em vários países, o que aumenta o risco de uma disseminação internacional.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus informou que já foram reportados mais de 18 mil casos da doença, em 78 países diferentes pelo mundo. Mais de 70% dos casos da doença foram registrados na Europa, e 25% nas Américas. Até agora, houve cinco mortes reportadas, e cerca de 10% dos pacientes tiveram de ser internados, para tratar das dores provocadas pela doença.
Sintomas
Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele (erupções), geralmente na boca, pés, mãos, peito, rosto e ou regiões genitais.