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19 de abril de 2024 | 16:12
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Vereadores cobram ‘fatia’ do orçamento

Começou a tramitar nesta segunda-feira, 25 de junho, uma proposta de emenda à Lei Orgâ­nica do Município (LOM) para forçar a prefeitura de Ribeirão Preto a atender as sugestões feitas por vereadores na Lei Orçamen­tária Anual (LOA). Segundo o projeto de Alessandro Maraca (MDB) – assinado por mais 13 colegas de Legislativo, inclusive da base de apoio ao governo do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) –, o Executivo terá de reservar 1,2% da receita para as emendas individuais apresenta­das pelos parlamentares.

Geralmente, o montante ex­tra sugerido é muito superior. O objetivo é satisfazer a Casa de Leis, mas também de disciplinar os critérios para apresentação de emendas. Se algum vereador optar por não fazer sugestões, e o teto de 1,2% não for atingido, o restante será dividido entre os parlamentares que fizeram propostas. A contrapartida da Câmara é que, juntas, as emen­das não poderão ultrapassar o percentual máximo previsto em lei. São dois artigos, e o primeiro diz que a metade deste percentu­al (0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde.

Diz ainda que “é obrigatória à execução orçamentária e financei­ra das programações a que se re­fere o caput deste artigo, em mon­tante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realiza­da no exercício anterior”. Ressalva que a execução das emendas não será obrigatória nos casos dos im­pedimentos de ordem técnica, mas a prefeitura terá prazos para apresentar justificativa.

A proposta de emenda à Lei Orgânica vai tramitar por três sessões na Câmara – a primei­ra será a desta terça-feira, 26 de junho. Foi publicada na edição do Diário Oficial do Municí­pio (DOM) desta segunda-feira (25). Depois, o presidente Igor Oliveira (MDB) vai convocar duas sessões extraordinárias para votação do projeto. Se­gundo o Tribuna apurou, para a aprovação é necessário quórum qualificado – dois terços dos vo­tos, ou 18 dos 27 possíveis.

Além de Maraca, assinam o documento Marco Antônio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede), Gláucia Berenice (PSDB), Adauto Honorato, o “Marmita” (PR), Jean Corauci (PDT), Lin­coln Fernandes (PDT), Rodrigo Simões, (PDT), Orlando Pe­soti (PDT), Marinho Sampaio (MDB), João Batista (PP), An­dré Trindade (DEM), Ariovaldo de Souza, o “Dadinho” (PTB), Otoniel Lima (PRB) e Maurício Vila Abranches (PTB).

Na justificativa, os autores garantem que não há inconstitu­cionalidade na proposta, falam sobre a independência de po­deres e citam os artigos 165, 166 e 198 da Constituição Federal. “Desta feita, não há que se falar em inconstitucionalidade da presente proposição legislativa, evidentemente por aplicabili­dade do princípio da simetria constitucional – relação simé­trica entre os institutos jurídicos da Constituição Federal, Cons­tituição Estadual e Lei Orgânica do Município – razão pela qual encaminhamos solicitamos ao douto plenário a aprovação da presente proposta de emenda”.

Em setembro do ano passa­do, a Câmara de Ribeirão Preto acatou o veto parcial do prefeito Duarte Nogueira ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018. Apenas sete das 173 emendas apresentadas pelos vereadores não foram vetadas. A peça tinha valor estimado de R$ 2,9 bilhões. Na justificati­va do tucano, o texto destacava que as propostas parlamentares implicariam em despesas de R$ 135,29 milhões, ou 5% da receita consolidada total para este ano.

No dia 21, a Câmara aprovou a redação final da LDO de 2019, que tem previsão de receita re­corde, de R$ 3,247 bilhões. O projeto passou com 233 emen­das parlamentares. Nogueira também já vetou 444 emendas apresentadas por vereadores à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018. Das 446 sugestões dos parlamentares, apenas uma foi sancionada. As propostas ele­variam a despesa da prefeitura em 26%, com gasto extra de R$ 795,56 milhões.

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