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16 de abril de 2024 | 15:34
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Você sabe como eram as bibliotecas no Realismo?

Atualmente, há um consenso de que a IE é uma habilida­de individual para lidar com as emoções e que seu domínio deveria incluir as seguintes quatro dimensões: 1ª) habilidade para perceber com acurácia as emoções, 2ª) habilidade para usar as emoções com o propósito de facilitar o pensamento e o raciocínio 3ª) habilidade para entender as emoções, em especial, a linguagem destas e 4ª) habilidade para manipular e controlar as emoções, sejam estas as de nós mesmos como as de outrem. Esse modelo propõe que os indivíduos diferem quanto a essas habilidades e que tais diferenças podem ser mensuradas ocasionando conseqüências no lar, na escola, no trabalho, nas relações sociais e em outras tantas arenas da vida. Em suma: que as emoções constituem o sal da vida.

Nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais espe­cificamente na França, o repúdio à artificialidade romântica na literatura e nas artes começou a ganhar voz, trazendo à tona uma necessidade extrema de se desvencilhar de suspiros e angústias para conseguir retratar a vida, seus problemas e os costumes das classes média e baixa não inspirados em mo­delos do passado. De acordo com especialistas, o mercenário alemão C. Schlichthorst, que viveu no Rio de Janeiro de 1824 a 1826, narrou que a biblioteca da época era “uma relíquia do tempo do rei”, “riquíssima em história eclesiástica” e de obras sobre genealogias da fidalguia portuguesa e espanhola, porém desatualizada por conter poucas obras posteriores a 1805. É sua, também a observação de que todo o material se achava “amontoado, sem ordem nem sistematização”.

A despeito disso, como era a frequência? Segundo estudio­sos, formada, na maior parte, de padres, com carteiras para os frequentadores lerem as obras, além de abundância de tinta e papel para anotações, o que angariava ao ambiente ser “um prazer passar ali algumas horas”. Por adição, as bibliotecas públicas também divulgavam nos jornais estatísticas sobre o número de leitores, volumes, idiomas das obras consultadas e assuntos da predileção dos usuários.

É neste contexto que coube ao empresário belga Paulo Otlet, interessado em recolher e organizar o mundo do conhecimento, a criação do que veio a se chamar Classificação Decimal Uni­versal (CDU), a saber, um sistema de classificação que permitia a ligação de um conceito a outro. Era o início da Ciência da Informação a partir de uma organização de livros intitulada “documentação”. Até então, a organização dos livros nas biblio­tecas seguia outra tipo de classificação, conhecida como Clas­sificação Decimal de Dewey (CDD), criada em 1876. Com sua chegada, a CDD conviveu, também, com três novos elementos que tornavam obsoletas as seculares fichas catalográficas, a saber, o microfilme, a microficha e a utilização do computador como ferramenta a serviço da informação científica.

Entretanto, especialistas relatam que, na segunda metade do século XIX, as ordens religiosas estavam em declínio e a crise, iniciada com as medidas tomadas pelo marquês de Pombal, foi agravada com o fechamento dos noviciados determinado por de­creto do governo imperial de 1855. Com isso, muitos conventos se esvaziaram devido à escassez de frades, o que ocasionou paula­tinamente a ruína de suas bibliotecas. Mas a maioria dos viajantes estrangeiros não deixou escapar sua admiração ao encontrar aqui bibliotecas, uma vez que, no imaginário europeu sobre o Brasil, não havia espaço para instituições de saber.

Assim, o século XIX, período de independência e conso­lidação do Brasil como Estado-nação que se pretendia guiar por um modelo europeu de civilização, retrata as bibliotecas, os museus, os teatros e os institutos históricos e arquivísticos como ambientes fundamentais na caracterização da identida­de brasileira da época.

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